Daylight

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Lena e Clark jogaram videogame até a hora de se vestirem para almoçar.

Ela levou Thea até o quarto e as duas procuraram por algo bonitinho para a menina usar.

— Você guardou a presilha de cabelo?

Ela assentiu e correu até a penteadeira.

Agarrou uma bonequinha da Cinderela e a exibiu para Lena, mostrando a presilha.

O coração de Lena derreteu. Kara estava fazendo o melhor que podia para os filhos, mas, pela maneira como Thea havia ocultado a presilha, tal qual fosse um tesouro que ela temia pudesse ser roubado, podia apostar que a menina gostaria de ser mais feminina.

— Sabe, enquanto estivermos na cidade, podemos comprar um pacote de presilhas só para você.

Ela assentiu com convicção.

Talvez ela também sugerisse a Kara levar Thea para fazer algumas compras, deixar que ela escolhesse algumas roupas e acessórios.

No momento ela não tinha nada além de camisetas, suéteres e jeans no armário. Talvez fosse gostar de um vestido. Quando as crianças estavam prontas, Lena foi para seu quarto.

Tomou um banho rápido e foi até o closet. Procurou entre cabides com suéteres e jeans, desejando também ter algo mais bonito. Pela primeira vez na vida, ela queria se produzir, se sentir especial, sensual... não como a namorada de um desocupado que passava o dia todo surfando.

Nada de biquíni. Nada de jeans. Nada de moletons. Ela queria ficar bonita.

Mas a verdade é que não tinha muitas opções, então escolheu seu melhor jeans, vestiu um suéter vermelho e caçou uma presilha vermelha que combinava com a de Thea.

Quando ela entrou na cozinha, Thea sorriu. Ela sorriu de volta.

— Parecemos irmãs, agora.

Kara mostrou uma expressão confusa.

— Por quê?

Ela apontou para a presilha.

— Eu tenho uma. Thea tem outra.
— Ah. Que bacana.

Kara fingiu animação pela filha, e Lena suspirou de felicidade.

Era isso que ela amava em Kara. Provavelmente não dava a mínima para itens iguais, mas sabia que aquilo significava muito para Thea.

Eles então vestiram chapéus, luvas, casacos, foram até a garagem e entraram no SUV.

Kara prendeu Thea na cadeirinha enquanto Clark se ajeitava ao lado dela. Lena sentou-se no banco do carona, ao lado de Kara.

Atrás do volante, sorriu para ela.

— Pronta para comer pizza?

Ela assentiu sorrindo.

Que conversa mais trivial e maravilhosa.

Pareciam uma família de verdade.

Formada por pessoas que se amavam.

Talvez fosse cedo demais para amar, mas não para agir como um grupo cujos membros se importavam uns com os outros. Ela ansiava por isso, fascinada, extasiada com a ideia de estar apaixonada, de fazer parte de uma família de verdade, agir como uma pessoa normal.

O coração dela parecia que ia explodir.

Agora, ela só precisava superar o maldito medo.


(...)



A viagem até a cidade durou 20 minutos.

Kara tirou Thea da cadeirinha.

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