You Were There For Me

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No dia seguinte, depois de acordar, Lena fez algo que não fazia havia pelo menos dez anos: passou maquiagem antes do café da manhã. Não muito, só um pouco de delineador e brilho labial. Ela estudou seu reflexo, incapaz de acreditar que se sentia atraída por Kara Zor-El a ponto de usar maquiagem.

Mas estava. E a outra estava atraída por ela. Soube desde o primeiro aperto de mão delas. E pela primeira vez na vida ela não queria fugir. Ela lhe desejava.

Entrou na cozinha, vestindo o longo robe de pelúcia sobre o short e o top de dormir. Kara e as crianças estavam sentadas na bancada.

— Bom dia.

Disse ela, indo para a cafeteira.

De canto de olho, ela viu Kara erguer os olhos e examiná-la da cabeça aos pés. Ela sorriu.

A loira estava tão interessada quanto pensava.

— Então, o que todos vão fazer hoje?

Ela se virou no instante em que Kara se ergueu e colocou outra panqueca no prato. A camisa branca ficava muito boa nos braços tonificados dela.

A gravata azul e preta destacava o topázio dos seus olhos.

Aquela era uma pessoa decente e normal que estava interessada nela, e não um rato de praia. Não alguém que ficava bêbado e batia nas crianças.

Kara era do tipo que protegia os filhos.

Uma pessoa com quem uma mulher poderia construir uma vida.

Se ela não estragasse tudo.

E se estivesse mesmo interessada.

— Preciso trabalhar. Tenho duas reuniões importantes. E você, Clark? O que há na sua agenda para hoje?

Lena olhou rapidamente para Clark, que congelou ao ouvir a pergunta do pai.

— Sabe, nenhum de vocês dois me contou o que estão fazendo.

A expressão de Clark tornou-se desafiadora.

— Estou estudando.
— Eu sei disso. Só estou curiosa sobre seu progresso.

Lena viu que o menino já tinha terminado.

— Clark, por que você não vai para a sala de estudos e prepara as coisas? Estarei lá em alguns minutos.

Ele levantou-se e saiu.

Thea desceu da cadeira, puxou a manga de Kara e, sem sussurrar nada, apenas a abraçou. Depois, foi atrás do irmão.
Por mais fechada que Kara parecesse ser, ela tinha um relacionamento muito peculiar com Thea.

— Ela é muito especial.

Kara olhou para ela.

— Sim.
— Ela tem o coração cheio de amor. E Clark também.
— Concordo totalmente. O problema dele não é com as pessoas, mas sim com os estudos.
— Estive pensando nisso esses dias, e acho que tenho uma ideia de algo que pode servir de incentivo para Clark.

Os olhares dela se encontraram novamente, e desta vez as bochechas de Lena coraram. Ela  conhecera tantos homens extrovertidos na vida, por que justo aquela criatura ali, fechada, tirava o fôlego dela?

— Qual a sua ideia?

Ela sorriu para amenizar o que ia dizer.

— Acho que Clark precisa de companhia. Competição. Alguns amigos com quem trocar ideias.
— E você acha que eu posso ir a uma loja de amigos e comprar alguns moleques de 12 anos?

Ela riu.

Certo, Kara estava tirando sarro.

Talvez não fosse tão fechada assim.

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