Prologue

894 85 1
                                    

Vire à direita. A voz suave do GPS soou no carro de Lena.

Ela fez conforme o indicado e entrou na rua principal de Worthington, Pensilvânia. Na semana após o Dia de Ação de Graças, o espírito natalino fazia a pequena cidade cintilar.

Enfeites pendurados nos postes telefônicos iam de uma calçada à outra.

Grinaldas imensas e verdejantes decoradas com brilhantes ornamentos multicoloridos cobriam a parte de cima das portas das lojas.

Sinos prateados reluziam ao sol que se esgueirava pela neve que caía.

Porém, logo após entrar na cidade minúscula, ela saiu.

O GPS ficou em silêncio, então ela continuou pela estrada sinuosa e subiu uma colina repleta de árvores.

Dirigiu pela subida por 10 minutos, sentindo as mãos suadas enquanto o carro vencia a neve molhada aos trancos e barrancos.

Certa de que havia passado a saída certa, ela estava prestes a procurar um lugar para dar meia-volta quando o GPS anunciou pausadamente: Em 9 metros, vire à esquerda.

Com um suspiro de alívio ela diminuiu a velocidade.

Ela aprendeu a dirigir nos invernos de Maryland, mas passou os últimos 20 anos no ensolarado Sul da Califórnia.

Seu carro nem sequer tinha pneus para neve, e suas habilidades ao volante estavam um pouco enferrujadas.

Vire à esquerda.

Ela guiou o pequeno carro vermelho por uma estradinha curta ladeada por pinheiros cobertos de neve. Uma casa vitoriana imensa surgiu no horizonte. Um utilitário esportivo cor de chumbo estava estacionado atropeladamente na entrada.

Uma mulher tirava sacolas de compras do porta-malas. A neve caía sobre ela como bolinhas de algodão, cobrindo seus ombros e as costas, bem como a vegetação ao redor da propriedade. Uma garotinha estava agarrada à bainha do casaco dela. Exausta.

Foi a palavra que surgiu na mente de Lena. Ela parou o carro e saiu.

Um cachorro grande se aproximou dela, latindo. Com um movimento rápido, ele se firmou sobre as patas de trás, colocando as dianteiras sobre os ombros dela, fazendo com que Lena caísse de costas sobre a neve. O frio penetrou pela parte de trás de seu jeans fininho e do moletom californiano.

Grandes flocos brancos se amontoaram sobre ela. Presa pelo cachorro — que mantinha as patas sobre o peito dela como se estivesse esperando a polícia chegar —, ela viu um par de botas aproximando-se rapidamente.

— Maluca!

A mulher cutucou o cão. O animal pulou para trás com outro latido.

A outra estendeu a mão.

— Deixe-me ajudá-la.

O queixo dela caiu.

O rosto da outra era perfeito, com um nariz reto e maçãs do rosto pronunciadas.

— Você me chamou de maluca?
— Não, este é o nome dela. Cachorra Maluca, na verdade. Se ela tivesse uma certidão de nascimento, esta seria sua identificação.

Lena riu.

Ela levantou-se tão depressa que ficou a meros centímetros do nariz da outra.
Ali, pôde reparar nos olhos azuis como topázio, que combinavam com o cabelo loiro dela.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Angel Christmas Onde histórias criam vida. Descubra agora