Stand By You

297 40 0
                                    

Ela se sentou na cadeira e a encarou por trás das pálpebras semicerradas.

— Sim.

O coração de Lena deu um salto.

Santo Deus.

Ela estava certa de que Kara a chamaria de paranoica e quase teve um colapso quando confirmou as suspeitas iniciais. Sim!

Tinha a ver com ela.

— Entendo.

Ela virou-se para sair, mas Kara a segurou pela mão e a puxou com tanta força que Lena caiu no colo dela.

— Lena! É Natal. As crianças me fizeram levá-las para comprar presentes para você.

A vergonha tomou conta dela. Ah, Deus.

— Eles queriam que fosse uma surpresa.

Lágrimas encheram os olhos dela.

— Sinto muito.
— Você está cansada! Você é uma mulher solteira que passou um mês inteiro bancando a mãe de duas crianças. Agora que tudo terminou, você está em estado de choque, ou algo do tipo.

Kara deu um beijo suave nos lábios dela, antes de erguê-la e dar um tapinha no traseiro dela.

— Vá para a cama.

Lena caminhou para o quarto como um zumbi. Seus medos foram esquecidos.

As suspeitas, obliteradas. A mente dela estava vazia. Ela se sentiu deixada de fora, quando na verdade elas a estavam incluindo de alguma forma, fazendo algo bom para ela. Fechou a porta do quarto e encostou-se nela. Era como ter 14 anos de novo, temendo que o pai estivesse bravo com ela, preocupada que ele iria descobrir algum segredo que deveria ficar escondido.

Lena deixou-se cair na cama, colocando a cabeça entre as mãos.

As lágrimas que ameaçaram cair no escritório de Kara ganharam forma.

A loira achou que ela estava cansada, mas era outra coisa: estava arruinada. Ela não sabia como confiar.

Dava o melhor de si para solucionar problemas, nisso foi muito boa, com as notas de Clark e as preocupações de Kara. Agora que tudo estava resolvido, ela se sentia à deriva. Lena enxugou as lágrimas das bochechas com a mão.

Ela não merecia aquela família, com certeza não queria envolver a maravilhosa Kara em outro relacionamento ruim. Caramba!

Kara já havia sofrido o bastante, três longos anos por causa de Imra.

Chorando incontrolavelmente, ela levantou-se da cama, abriu o armário e começou a fazer as malas. Amanhã seria véspera de Natal, e ela não queria estragar o feriado para as crianças.

Eles tinham a sra. Alwine.

Kara estava curada e apta a dar a eles o melhor Natal de todos. E se ela ficasse e eles lhe dessem os presentes, ela iria ruir. Jamais iria conseguir deixar Kara, e ela ficaria presa a outra mulher que não lhe daria nada além de problemas. Com as malas prontas e a mochila sobre o ombro, ela saiu do quarto. Todas as luzes estavam apagadas, o que significava que Kara já havia ido dormir.

Lena suspirou de alívio.

Evitando dar uma última olhada para trás nas escadas ou na árvore de Natal cintilando sob o luar que entrava pela grande janela, ela chegou até a porta da frente.

— Eu quero marias-chiquinhas.

Ela parou e virou-se.

— Thea.

Sussurrou ela. Uma risada escapou.

— Eu disse para você falar quando quisesse muito alguma coisa.

Angel Christmas Onde histórias criam vida. Descubra agora