You'll Be In My Heart

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Faltavam dois dias para a véspera de Natal. A casa estava decorada.

A árvore estava quase completa.

Eles poderiam assar biscoitos no dia seguinte, ou ela e Clark poderiam fazer alguma coisa especial.

— Estava pensando, nós não precisamos decorar amanhã. Poderíamos fazer biscoitos...
— Isso aí!
— Ou poderíamos escolher algumas fotos da família do computador de seu pai e mandá-las para imprimir. Na semana que vem, quando elas estiverem prontas, podemos montar um álbum de fotos, sabe, também com lembranças da mãe de vocês.
— Isso seria bacana.

Kara sorriu.

— Seria muito bacana.

Eles terminaram de decorar a árvore. Kara pensou em mais lembranças para contar aos filhos. Os nervos de Lena se acalmaram. Ela iria encarar o pai assim que conseguisse uma folga. Não para si mesma, mas para proteger a nova família que estava criando. Ela estava tão feliz que começou a cantarolar: “Nós lhe desejamos um feliz Natal”.

Clark uniu-se a ela imediatamente, seguido por Kara. Thea sorriu.

Lena parou diante dela.

— Nós sabemos que você conhece essa.

A menina riu baixinho.

— É, Thea.

Ela riu de novo.

— Qualquer dia desses, você vai se distrair e vai acabar falando com a gente.

Ela riu e enterrou o rosto no ursinho.

Naquela noite, Lena ouviu Thea cantando no banheiro de novo e sorriu. Kara estava certa.

Um dia desses ela estaria pronta para falar em voz alta.

Ela desceu as escadas sentindo-se leve. Tudo estava funcionando.

Depois de se livrar do pai, conseguiria viver a vida um dia de cada vez.
Lena ia dar conta. Ao entrar na sala, viu Kara andando de um lado para o outro atrás da escrivaninha.

— O que foi?
— Fiquei tão animado com a nova matrícula de Clark na escola que esqueci de pegar os resultados dos testes de DNA, hoje.
— Já?
— Eu paguei mais caro para que saíssem logo.
— Então, confira seu email.
— Já olhei, não está lá. Não adiantou nada pagar mais caro.

Ela sentou-se no sofá.

— Venha, sente-se. Vamos ver televisão. Preocupar-se não vai ajudar em nada.
— Eu só quero saber.
— Independentemente do que acontecer, você é o pai dela. Mesmo se Monel conseguir a custódia de Thea, o juiz lhe concederá visita. Você nunca a perderá, de fato. Só o seu papel é que pode mudar.
— Eu não quero isso.
— Mas é melhor do que nada. E eu não acho que você vai perder a custódia. Acho até que seria o contrário: você ficaria com ela, e Monel obteria direito de visitá-la. Você a criou, é o único pai que ela conhece. Qualquer juiz vai considerar isso.
— Acha mesmo?
— Acho que você deve focar nas opções positivas. E isso inclui lembrar que ela pode ser sua filha de verdade.
— Eu digo isso para mim mesma todos os dias.

Kara a encarou.

— Você entrou em minha vida no momento certo. Clark precisava de você, mas eu, muito mais. Eu precisava de alguém para chutar meu traseiro e dizer que é hora de seguir em frente. Eu agradeço por tudo o que você fez.

Lena sorriu, desejando mais.

Aquela era a oportunidade perfeita para Kara dizer que a amava.

Ou que a desejava, ou algo do tipo. Porém, não disse nada.

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