Close As Strangers

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— Sim. Foi então que meu pai surgiu ao meu lado.
— Ah.
— Ele gostou do seu carro, aliás. Pela forma como olhou para o SUV, achou que você deve ter muito dinheiro.
— Isso não significa que vou dar dinheiro a ele.
— Ah, você não conhece meu pai. Ele é mentiroso e violento, lembra-se? Assim que ele tiver uma chance, não vai deixá-la em paz.
— E você acha que não sou capaz de chamar a polícia?

Ela riu sardonicamente, olhando para Kara de soslaio.

— Faria isso?
— Você está falando com a pessoa que ficou três anos sem levar as crianças para a cidade.

O peito da loira se inflou de orgulho.

— Sei tomar conta do que é meu.

Ela riu.

— Você me falou para pensar positivo sobre o caso de Thea. Disse para não deixar as fofocas me abaterem. Agora, estou aqui por você, para o que der e vier. Você não me deixou afundar na tristeza, e também não deixarei que isso aconteça com você.

Lena riu novamente, um estranho sentimento a invadindo. Ela parou um segundo para examiná-la e percebeu que se tratava de esperança.

Ela a encarou.

— Não se trata de afundar na tristeza. Ele vai vir atrás de dinheiro.

Kara balançou a cabeça.

— Pois que tente.

Lena comprimiu os lábios, absorvendo um pouco da força e da confiança de Kara. Afinal de contas, o pai dela estava bem longe dali.

Por que ela deveria se acovardar?

— Eu ainda acho que teria ganhado a batalha de bolas de neve.

Kara colocou o braço sobre os ombros dela e levou Lena para perto das bolas de neve maiores, que viriam a formar um boneco.

— É, mas eu ganhei a guerra.

Então a beijou de novo.

A felicidade borbulhou dentro dela.

Aquilo era o mais próximo que havia chegado de dividir a vida com alguém.
Kara interrompeu o beijo.

— Deixe-me terminar o boneco, para surpreender as crianças.

Ela assentiu. Pedaços de seu coração partido começavam a se juntar. Kara agachou-se e pegou a segunda bola de neve. Com um gemido, ele a ergueu e colocou em cima da primeira.

— Você acha que conseguiria levantar essa aqui?

Ela balançou a cabeça.

— Não. Não sozinha.

E talvez a vida fosse assim, mesmo. Saber que não dá para fazer todo o trabalho pesado por conta própria.

— Quer chocolate quente?
— Sim. Mas ainda não terminamos o boneco. Precisamos arranjar um chapéu para ele... e olhos. Talvez também alguns gravetos para os braços.
— Você já fez isso antes.
— Todo mundo já fez isso.

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