Capítulo 7 - The River

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Naquela manhã, Alysanne finalmente acordou sentindo a brisa fresca em seu rosto, ela sabia que Legolas estava ali ao seu lado, ela podia sentir seu cheiro, era um cheiro bom, enquanto ele apenas estava encantado com os olhos dela, que pareciam mais azuis que o normal, seu cabelo começara a ter uma coloração amarelada.

Dias depois eles finalmente haviam decidido ir para Minas Tirith, uma cidade de Gondor que antes era capital do reino dos homens. Os elfos providenciaram três barcos a eles, uma para Aragorn, Sam e Frodo, outro para Boromir, Merry e Pippin e outro para Legolas, Gimli e Alysanne. Os elfos trouxeram a eles muitos presentes em forma de comida e roupas para a viagem. A comida era na maior parte, composta por bolos muitos finos, feitos de uma farinha que, assada, era um tom marrom-claro, e na parte interna tinha cor de creme, Gimli adorou tais bolos que quase comeu todos antes de realmente saírem. Os bolos se mantêm frescos por muitos dias, se não se quebrarem e forem mantidos em sua embalagem de folhas. Apenas um pode manter um viajante em pé durante um longo dia de trabalho, mesmo que esse viajante seja um dos altos homens de Minas Tirith.

Depois os elfos desembrulharam e deram a eles as roupas que tinham trazido. Para cada um trouxeram um capuz e uma capa, feitos de acordo com seu tamanho, e do tecido sedoso produzido pelos Galadhrim, que era leve, e nem por isso deixava de ser quente. Era difícil precisar suas cores: pareciam ser cinzentos com a nuance do crepúsculo sob as árvores; apesar disso, quando movimentados ou colocados sob outra luz, eram verdes como a água sob as estrelas, ou castanhos como campos fulvos à noite, e de um prata escuro sob a luz das estrelas. Cada capa era presa ao pescoço por um broche semelhante a uma folha verde raiada de prata.

Depois da refeição matinal, a Sociedade disse adeus ao gramado perto da fonte. Tinham um peso nos corações, pois o lugar era lindo e tinha se tornado para eles como sua própria casa, embora não fossem capazes de contar os dias e noites que passaram ali. Enquanto pararam um pouco para olhar a água cristalina sob a luz do sol, Haldir veio andando na direção deles, atravessando a relva verde da clareira. Frodo o cumprimentou com alegria. Conforme passaram através de Caras Galadhon, viram que os caminhos verdes estavam vazios; mas no alto das árvores muitas vozes murmuravam e cantavam. Eles por sua vez estavam em silêncio. Finalmente Haldir os conduziu, descendo as encostas ao sul da colina, e chegaram outra vez ao grande portão cheio de lamparinas, e a ponte branca; assim foram passando e deixando para trás a cidade dos elfos. Então saíram da estrada pavimentada e tomaram uma trilha que entrava num denso maciço de pés de mallorn e seguia em frente, descrevendo curvas através de florestas sinuosas cobertas de sombra prateada, sempre os conduzindo para baixo, para o Sul e para o Leste, em direção às margens do Rio.

Na margem do Veio de Prata, a alguma distância acima do encontro das correntezas, via-se um ancoradouro de pedras e madeiras brancas. Ali estavam ancorados muito barcos e barcaças. Alguns estavam pintados com cores claras, e brilhavam como prata, ouro ou verde, mas a maioria deles eram brancos ou cinzentos. Três pequenos barcos cinzentos tinham sido preparados para os viajantes, e nestes os elfos colocaram seus mantimentos. Acrescentaram também rolos de corda, três para cada barco. Pareciam finas, mas fortes, sedosas ao contato, de uma tonalidade cinzenta semelhante à dos trajes élficos. Galadriel deu a eles presentes, a Boromir deu um cinto de ouro, Pippin e Merry um cinto de prata, a Aragorn a pedra Elessar, A Sam deu uma pequena caixa de madeira que continha terra de seu próprio pomar, A Legolas deu um arco semelhante aos usados pelos Galadhrim, mais comprido e robusto que os arcos da Floresta das Trevas, e cuja corda era feita de fios de cabelo élfico, A Gimli deu três fios de seu cabelo, pois o anão insistia em não querer nada, A Frodo deu um frasco que continha a luz de uma estrela, já a Alysanne, ela a entregou algo muito valioso a garota, deu a ela um colar, mas não um colar qualquer, um colar que havia o sangue de Eru, o único, o ser criador da Terra Media.

Os barcos eram movimentados e dirigidos com remos curtos, que tinham lâminas largas em forma de folha. Quando tudo estava pronto, Aragorn os conduziu num teste, subindo o Veio de Prata. A correnteza era forte e eles avançavam devagar. Sam ia sentado na proa, agarrado às bordas e olhando ansioso para a margem que se distanciava. A luz do sol, brilhando na água, ofuscava seus olhos. Quando passavam além do campo verde da Língua, as árvores se aproximavam da beira do rio.

Legolas e Alysanne a maioria do tempo se entre olhavam enquanto Gimli falava com ambos, a amizade do anão com o elfo havia evoluído muito, e agora eram grandes amigos, apesar de ambos não falarem isso em voz alta, todos sabiam que eram amigos, o Veio de Prata passou, entrando nas correntezas do Grande Rio, e os barcos viraram e começaram a tomar velocidade em direção ao sul. Logo a forma branca da Senhora era pequena e distante. Ela brilhava como uma janela de vidro sobre uma colina ao longe no sol poente, ou como um lago remoto visto de uma montanha: um cristal caí dono colo da terra. Então Frodo teve a impressão de que ela levantara o braço num último aceno, e distante, mas perfeitamente claro, vinha com o vento o som de sua voz cantando. Mas agora ela cantava na língua antiga dos elfos de além-mar, e ele não conseguia entender as palavras: bela era a música, mas não podia consolá-lo.

De repente o rio fez uma curva, e as margens se ergueram dos dois lados, e a luz de Lórien se escondeu. Os viajantes agora voltaram sua atenção para a viagem; o sol estava à sua frente e ofuscava seus olhos todos cheios de lágrimas. Gimli chorou abertamente. Florestas, nuas se erguiam nas duas margens, e eles não conseguiam ver qualquer sinal das terras que ficavam para trás. A brisa se aquietou e o Rio corria sem qualquer ruído. Nenhuma voz de pássaro quebrava o silêncio. O sol se cobria de névoa à medida que o dia ficava velho, até brilhar no céu claro como uma pérola branca e nobre. Depois se apagou no Oeste, e o crepúsculo chegou cedo, seguido por uma noite cinzenta e sem estrelas. Para dentro das horas escuras e silenciosas eles continuaram navegando, guiando seus barcos pelas sombras das florestas do Oeste. Grandes árvores passavam como fantasmas, lançando suas raízes retorcidas e famintas através da névoa para dentro da água. A região era desolada e fria. Frodo ouvia o som apagado e borbulhante do Rio que ondulava por entre as raízes das árvores e os troncos soltos perto da margem, até que sua cabeça pendeu e ele caiu num sono agitado.

Nos dois dias seguintes, enquanto avançavam, sempre para o Sul, essa sensação de insegurança cresceu em toda a Sociedade. Durante um dia inteiro, eles pegaram seus remos e avançaram depressa. As margens passavam deslizando. Logo o Rio se alargou e ficou mais raso; praias compridas e pedregosas se deitavam ao Leste, e havia bancos de areia e cascalho na água, de modo que era preciso conduzir os barcos com cuidado. As Terras Castanhas surgiam em descampados desertos, sobre os quais soprava um ar frio do Leste. Do outro lado, os prados tinham-se transformado em ladeiras de grama ressequida em meio a uma região de brejos e moitas de capim. Frodo teve um calafrio ao pensar nos gramados e fontes, no sol claro e nas suaves chuvas de Lórien. Pouco se falava e ninguém ria nos barcos. Cada membro da Sociedade estava ocupado com seus próprios pensamentos.

O coração de Legolas corria sob as estrelas de uma noite de verão em alguma clareira do Norte, em meio a florestas das Trevas; Alysanne em suas memórias se lembrava de seus dragões e de Valyria; Gimli, em sua mente, manuseava ouro, e se perguntava se ele serviria para forjar um estojo para o presente da Senhora. Merry e Pippin, no barco do meio, estavam agitados, pois, Boromir resmungava consigo mesmo, algumas vezes mordendo as unhas como se alguma inquietação ou dúvida o consumisse, outras vezes agarrando um remo e aproximando seu barco do de Aragorn. Então Pippin, que estava sentado à proa e olhando para trás, captou um brilho estranho nos olhos do homem, no momento em que ele olhava fixamente para Frodo. Sam já tinha decidido havia muito tempo que, embora os barcos talvez não fossem tão perigosos como o tinham feito acreditar, eram muito mais desconfortáveis do que havia jamais imaginado. Sentia-se preso e deprimido, não tendo mais nada a fazer a não ser olhar para aquelas terras invernais se arrastando, e para a água cinzenta de seus dois lados. Mesmo quando usavam os remos, nenhum era confiado a Sam.

_ O cabelo dela não era branco? _questionou Sam olhando para Alysanne que estava no barco ao lado enquanto com a luz da lua, seu cabelo reluzia um dourado que rapidamente chamará a atenção do elfo.

Gimli sabia que algo estava a acontecer entre os dois, previa e desejava isso.

Dragon Blood 2 - The RingOnde histórias criam vida. Descubra agora