AdrianUm buraco na parede. Ou isso, ou eu faria na cara de alguém. Raiva emanava de meus poros, meus pulmões doendo pelo ar que eu prendia. Outro buraco, mais outro e mais outro.
Já era a segunda notícia ruim daquele dia, desde que invadimos o casarão da Ordem.
Tento inspirar, mas quanto mais inspiro, mais raiva sinto.
– Quem foi o imbecil que deixou isso passar? – Nenhuma resposta – Quem foi o filho da puta, porra? – Grito.
Os rostos baixos de meus homens me respondem que ninguém pode me dar essa resposta. Não foi culpa deles, sei disso. Estávamos trabalhando com pouco, praticamente com migalhas de informação, e não tínhamos o tempo a nosso favor, mas estou muito puto pra aliviar a barra.
– Caralho. Isso não está saindo nada como planejei. Nada.
Tento me acalmar, mas a imagem do cadáver da criança ainda me atormenta. Não era pra ter garotas no local da invasão. Agora o corpo de uma está apodrecendo no galpão do fundo de minha casa, enquanto a outra tenta se recuperar dos inúmeros abusos em um de meus quartos.
Homens desgraçados.
– Descobriram quem é a garota morta? – minha voz finalmente sai um pouco mais controlada.
– Adeline Larroy, senhor. A filha de Cristiano Larroy – O interrompo.
– Merda – Ele também foi morto junto de sua esposa. Mas a notícia sobre a filha desaparecida não tinha vindo a público ainda. Provavelmente por toda investigação. Volto a minha cadeira e me sento com os cotovelos estendidos sobre a mesa – Ela tinha o que? Dezoito anos?
– Dezesseis, senhor.
– Alguém pode me explicar, por que aquele porra, estava com duas garotas distantes apenas na intenção de abusa-las e mata-las? – lancei meu olhar a todos presente. Aquilo não fazia o menor sentido. – Vocês descobriram a marca do sapato que ele usa. Mas não que o desaparecimento delas era obra deles?
– Você sabe que não temos a resposta Adrian. Estamos trabalhando nisso, se acalme – a voz de meu irmão soou serena ao meu lado. – Vamos descobrir.
– Saiam! – Ordenei – Aqui vocês são inúteis, quero respostas. Saiam agora.
Observei meus homens marchando para as saídas. Cada rosto com expressão de preocupação e medo. Em minutos o ambiente ficou silencioso. Respirei pesadamente, minha cabeça ameaçando uma algia.
Ao meu lado Andreas ainda permanecia me observando, esperando-me controlar minha fúria. Puxei o copo a minha frente e engoli todo o conteúdo ardente. Só quando bati o copo na mesa, ele voltou a falar.
– Como ela está? – retribui o olhar.
– Quem?
– Você sabe quem. A nossa sobrevivente da noite fatídica.
A lembrança me incomoda novamente. Me levanto bruscamente enquanto busco mais Whisky, dessa vez me sirvo de uma dose menor, apenas o suficiente para queimar a garganta enquanto ainda estou procurando por calma.
– O médico disse que ela já está fora de risco – quase ri da ironia disso. – Ela acordou, tentei fazer umas perguntas, mas não tive muito sucesso. Ela também não sabe de nada e teve uma crise com a informação da morte dos pais.
– Espere. Deixe-me ver se entendi bem. – Andreas se aproximou. – Está me dizendo que você interrogou uma garota traumatizada, fraca e ainda por cima, jogou a bomba sobre a morte dos pais sobre ela, enquanto ainda se recupera? – mantive silêncio. Ele sabia que foi exatamente isso que fiz – Porra, Adrian. Quer terminar de enlouquecer e matar a garota de vez?
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O anjo vendido
Romance🏅New adult - Concluído. Se apaixonar nunca foi tão aterrorizante assim. Mas Luna Garcia e Adrian Bertolini, irão descobrir que o amor pode surgir nos piores cenários possíveis. Uma pessoa que foi criada para causar medo e caos onde passa, pode toc...