Capítulo 9

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Luna

     O dia do baile político chegou.

     Eu estava uma pilha de nervos, e pra piorar Adrian passou a noite trabalhando fora, e mais uma vez não pode me ver a noite.

     O que significa, que não dormi, estou nervosa e assustada.

     – Eu disse que você podia ter ido dormir comigo.

O que eu mais gostava de estar em companhia de Marcela é que nossas conversas eram sempre em espanhol. Eu sentia falta de falar minha língua materna e com ela toda conversa era assim.

     – Eu sei, mas Adrian não me deixaria ir. Ele acha aqui mais seguro pra mim.

     E sinceramente, também prefiro.

     – Adrian super protege você, minha casa não é uma fortaleza como aqui. Mas é segura, Andreas não me deixaria lá se não fosse – Ela disse enquanto tentava cobrir minhas olheiras.

     – Sei que não, mas por que você não veio então?

     – Pra esse mausoléu? Me sinto em um manicômio aqui.

     – Não é assim tão ruim.

     – Não me fala isso, ou vou começar a ficar preocupada com você, e a próxima roupa que eu te comprar, será uma camisa de força. A única pessoa que fica confortável nessa casa é Adrian, e ele é um fodido da cabeça.

     – Por falar em Adrian – Aproveitei enquanto ela procurava alguma maquiagem – Por que eles estão demorando tanto? Ele me disse que chegaria aqui pela manhã.

     – Não se preocupe, as vezes acontecem imprevistos.

     – E se tiver acontecido alguma coisa mais grave? – Ela deu uma risada.

     – Nós já teríamos ficado sabendo, notícia ruim chega rápido, daqui a pouco eles chegam, se acalme.

     – Você não está preocupada?

     – Eu estou acostumada, já cansei de ficar noites sem dormir por preocupação com And, mas é o trabalho deles. Sei que são bons no que fazem. E sempre voltam em segurança. Pode ser que venham com um arranhão ou outro, mas sempre voltam respirando.

     Não achei graça, ela podia estar acostumada. Antes mesmo de vir parar aqui, sei que já trabalhava no mundo do crime, mas eu não estava e não achava nada normal essa vida.

     Me olhei no espelho, havia ondas no final de meu cabelo. A maquiagem incompleta, dando forma a meu rosto. Chequei meu celular mais uma vez, nenhuma das mil mensagens tinham sido respondidas.

     Atrás de mim Marcela parecia calma, e cantarolava alguma música, mas notei que ela olhava celular dela sempre que podia. Era costume ou tinha algo errado?

     Acho bom Adrian e Andreas aparecerem vivos, ou eu mato eles.

     Tentei me concentrar no que Marcela fazia. Ela era boa com isso, não é atoa que sempre estava linda. Já eu nunca tive talento pra me produzir.

     – Qual cor você quer?

     Me mostrou dois batons nas mãos.

     – Tenho a opção de não escolher nenhum? Me sinto desconfortável usando.

     – Vermelho então, pra combinar com o vestido.

     – Marcela.

     – Você está simples demais. Quase não dá pra ver a sombra em seus olhos, não dá pra você ficar com essa boca de pressão baixa. Tem que ousar em pelo menos alguma coisa.

O anjo vendidoOnde histórias criam vida. Descubra agora