Capítulo 4

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Adrian

     – O que a Marcela encontrou?

     – O criminoso que estava se encontrando com a organização deles, Condon Lanes. Teve algum tipo de relacionamento com a Giny Garcia no passado.

     – A mãe de Luna?

     – Sim.

     – Então provavelmente esse cara deve ter algum envolvimento com o sequestro dela, isso não pode ser coincidência. Que tipo de relacionamento eles tiveram?

     – Não sabemos, Adrian. As habilidades de Hacker de minha esposa não são milagrosas. Isso foi a mais de duas décadas atrás. Pelas fotos, só foi possível fazer reconhecimento facial e do local. Não sabemos do contexto.

     – Qual era o local?

     – A antiga boate Travel. Condon era o dono do lugar na época, lá também funcionava para lavagem de dinheiro e tráfico.

     – Por que a mãe de Luna estava no meio disso? – A pergunta foi mais para mim mesmo. Quanto mais investigávamos, menos as coisas faziam sentido.

     – Vai ver ela não sabia. Marcela não encontrou nem mesmo multas de trânsito no histórico dela. Pelo contrário, ela fazia doações secretas generosas para instituições de apoio a vítimas de abusos sexuais.

     – Se bandido fosse inteligente, nem saberíamos que existiam. Pede a Marcela pra puxar todas as merdas em que Condon está envolvido. Quero saber até qual a qualidade do pó que ele cheira, quero tudo.

     – Ela já está fazendo isso. Quando o dossier estiver pronto ela envia.

     – Continuem investigando a família da outra garota também, muita coisa não está batendo.

     ­– Okay! – Meu irmão suspirou e eu sabia que não tínhamos acabado.

     – Mais alguma coisa?

     Andreas fez uma cara de desentendido, curvando os lábios e levantando as sobrancelhas.

      – Como está a Luna?

     De novo isso? Qual a porra do interesse dele com essa garota?

     – Igual a última vez em que me perguntou, bem.

     – E como sabe? Você nem vê ela.

     – Ela está abrigada em minha casa, é claro que eu a vejo. – Ele fez a cara amassada de novo.

     – Quando foi a última vez? 

     Ah! Tenha santa paciência.

     ­– Não sou babá dela, irmão.

     – Graças a Deus por isso. Você é horrível cuidando de pessoas.

     Irônico, contando que esse era literalmente meu trabalho a anos. Cuidar das pessoas negligenciadas pelo governo de merda, que enfia todo o dinheiro do povo no cu, fazendo um trabalho medíocre.

     Se as organizações legais fossem eficientes, as ilegais não eram necessárias.

     – Já terminou? Porque eu não estou com paciência.

     – Você nunca está, saudades de quando tinha senso de humor – ganhei dois tapinhas no ombro. – Espero que tenha massa no jantar, estou cansado de comida mexicana – ele parou na porta se dando conta do que disse e se virou para mim. – Não conta pra minha mulher que disse isso. Amo ela, amo sua descendência, mas sinto falta de comer mais comida italiana.

O anjo vendidoOnde histórias criam vida. Descubra agora