Capítulo 22

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Adrian

Já na entrada da propriedade notamos que algo estava errado. Todas as luzes estavam desligadas e não havia um guarda se quer protegendo o lugar. Precisávamos entrar, eu estouraria aquela porta no peito se preciso fosse, mas seria arriscado sem um plano. Se eles ainda estivessem na casa – E eu rezava para estarem – Poderiam simplesmente nos emboscar e mortos não seriamos uteis para proteger Luna, mas se os pegássemos de surpresa teríamos uma chance.

Assim que nos posicionamos entre as árvores da frente da casa, vimos Marcela sair pela porta correndo com arma abaixada em punho e o celular na mão. Deveria estar procurando por algo. Andreas esperou apenas três segundos antes de correr até ela.

Três.

Eu continuei onde estava analisando a sua feição e lendo a frase que saia de seus lábios.

"Levaram Luna, eu não consegui prote..."

Foi o que bastou para que corresse desesperado para dentro da mansão, gritando para meus homens a minhas costas que fossem atrás de qualquer rastro de carro ou pessoas que achassem. Fui na intenção de analisar as câmeras, procurar pista, alguma coisa que pudesse direciona-los para o rumo certo. Eu não podia perder um segundo sequer.

Mas estaquei assim que passei pela porta da sala.

Sangue.

Tinha muito sangue espalhado junto aos estilhaços do que era uma mesa, por todo chão e no sofá.

– Adrian – Ouvi Marcela me gritar enquanto corria até mim com meu irmão.

Analisei ela de cima a baixo, não havia um arranhão sequer.

– De quem é o sangue, Marcela? – Ela se calou – DE QUEM É A PORRA DO SANGUE?

– Luna... O sangue é de Luna.

– Não. Merda – Andreas negou chacoalhando a cabeça.

– Ela se machucou tentando escapar – Marcela estendeu o celular com as imagens da câmera – Sinto muito, Adrian. Eles eram muitos, me trancaram e quando consegui sair já tinha sido tarde demais.

Observei toda a cena das imagens, desde sua tentativa de fuga até o momento em que a levaram desmaiada para a saída dos fundos. Cada segundo que se passava eu me apavorava ainda mais.

Ouvi Luna gritar no vídeo. E tenho certeza de que era aquele o som que eu ouviria quando estivesse sendo torturado no inferno por meus pecados. Aquela era a imagem que usariam. Aquele era o sentimento que eu teria. Era tudo demais para suportar.

– Eu não deveria ter... Inferno do caralho. O que foi que eu fiz?

– Adrian?

– Eles saíram pelos fundos, mande os homens seguirem por lá.

– Adrian?

– AGORA!

– Já enviei as ordens – Andreas disse enquanto olhava para a tela do celular.

– Adrian – Marcela se aproximou – Não foi sua culpa. Todos nós achamos que seria o melhor a se fazer. Não tínhamos como prever. Vamos acha-la.

Voltei meu olhar para a imagem das câmeras, o vídeo reprisava o momento em que ela desmaia, coberta de sangue.

Sem perceber, meus joelhos cederam e fui ao chão ajoelhado e fraco.

– Adrian! – Marcela tentou me segurar.

– Adrian – Andreas se aproximou.

– Não consigo respirar.

O anjo vendidoOnde histórias criam vida. Descubra agora