𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 𝓓𝓮𝔃𝓮𝓷𝓸𝓿𝓮✍︎

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𝙶𝚛𝚎𝚐𝚘́𝚛𝚒𝚊 - 𝔉𝔞𝔷𝔢𝔫𝔡𝔞 ℑ𝔰𝔬𝔩𝔞𝔡𝔞 𝔫𝔬 ℑ𝔫𝔱𝔢𝔯𝔦𝔬𝔯 𝔡𝔢 𝔖𝔦𝔢𝔫𝔞 *

⚜⚜⚜

A grande onda de frio começava a despontar, indicando a chegada do inverno. Cinco dias haviam se completado, o fervor da guerra ainda era fresco e ardente.

Porém, diferente de tal aura, o vento gélido castigava os camponeses. Os três criados foram mais espertos, juntando retalhos velhos e fazendo mantas para os aldeões.

Seria um período difícil, além do conflito em si, tinham que aturar as discussões entre alguns. Os quatro povos das províncias de Siena estavam reunidos, além dos diversos camponeses, ciganos, dentre várias outras pessoas de várias outras regiões do continente.

- Cale a boca, seu pagão! Deus não o aceitará por este estilo de vida antiquado! - Dizia um sacerdote com soberba.

- Se Deus é amor como dizem vós cristãos, por que me condenas e se vê em tal direito de dizer-me tais coisas? Seu arrogante!

E então iniciou-se uma nova discussão entre cristãos e ciganos. Hyunjin suspirou enquanto Ji-Eun massageava as têmporas. Aquilo não estava dando certo. O pequeno Jun se encolheu, abraçando seu ursinho.

Os homens e mulheres discutiam incessantemente, estavam aos berros desferindo acusações um ao outro. Fortes batidas em uma panela de ferro calaram aquela gritaria infernal.

- Já chega! - Proferiu Jimin, já aborrecido com aquela discussão.

- Perdoe-nos, senhor Park. - Iniciou um dos sacerdotes. - Mas isto não irá funcionar. Por gentileza, nos leve para longe destes pagãos.

- E para onde pretendes ir, senhor? - Rebateu o loiro. - Não temos outro lugar para ficar, então terão de suportar este tempo.

Antes que o mesmo pudesse rebater, o garotinho se aproximou lhe oferecendo uma pequena flor. Era uma forma inocente de demonstrar paz e acabar com as brigas.

Mas o coração duro e amargo do membro do clero o fez rejeitar a florzinha. Estava mais preocupado com o que a criança causou à imagem de um nobre do que sua tentativa boba de paz.

Mas Min-Jun insistiu em dar-lhe a mesma. O velho irritou-se e jogou a mesma no chão, a pisoteando. Mas o menino não desistiu, estendeu sua mãozinha desejando harmonia.

- Não te aproximes de mim, aberração! Já manchastes a imagem do príncipe!

- Amor... - O menor ditou inocente.

- Já mandei ficar longe!

O velho tomou o urso do garoto e o rasgou inteiro, o jogando no monte de feno que seria usado para acender a fogueira.

Os olhinhos do menino se encheram, Min-Jun fez um pequeno bico, o qual tremeu ameaçando chorar. E antes que o sacerdote lhe pronunciasse mais alguma palavra odiosa, o rosto foi fortemente estapeado pela palma de Park.

Os olhos castanhos do rapaz ardiam em ira, enquanto os do religioso estavam arregalados pelo choque. Cambaleou suavemente para trás tendo sua própria palma sobre a face.

- Como ousas golpear um membro do clero?! - Um outro homem, um pouco mais novo, porém já de certa idade exclamou. - Não sabes o que Deus pensaria de tal ato?!

- Pouco me importa o que Deus pensará disto! Este Deus que vós usais para pregar o que lhes é conveniente pode ir ao inferno! - Jimin se alterou, zangado. - Agora escutem com atenção! Vos trouxemos aqui para que pudessem ficar seguros, não importa a origem, religião ou quaisquer outras características. Para mim muito menos importa o que farão quando esta guerra terminar, mas uma coisa quero que fique bem clara. Ninguém, eu repito, ninguém vai tratar meu filho como escória ou aberração. Aqui dentro deste maldito celeiro somos todos iguais, dos mais novos aos mais velhos, dos ciganos aos cristãos, dos heterossexuais aos homossexuais! Estou sendo claro?

PRINCE KIM 🖋Onde histórias criam vida. Descubra agora