𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 𝓓𝓮𝔃✍︎

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𝙰𝚗𝚎𝚖𝚘 - 𝔓𝔞𝔩𝔞́𝔠𝔦𝔬 𝔡𝔢 𝔗𝔬𝔭𝔞́𝔷𝔦𝔬 *

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Após a aborrecida aula de etiqueta - ou submissão aos maridos, como preferia chamar. - Soomin se dirigiu à biblioteca, acompanhada por Rose. Finalmente Jisoo havia lhe dado algum descanso.

Ambas as princesas fizeram suas melhores feições inocentes para anunciar sua retirada. O que facilmente enganou as três rainhas e o rei que tomavam chá e conversavam.

Considerando que os monarcas tinham ciência de onde iam, já não havia necessidade de disfarçarem ou serem discretas ao se dirigir ao ambiente citado.

Pacientemente, Soomin vasculhou as prateleiras buscando por algo de seu interesse e que aprofundasse seus estudos. Tocou a capa de cada livro daquela enorme estante, analisando cada título.

Ela sabia que era algo perigoso, mas sua sede por conhecimento pedia mais e mais. Queria desfrutar mais de cada página e encontrar mais sobre a tão ameaçadora Lancelot. Mas os registros eram totalmente escassos.

Assustou-se quando um rangido irritante desagradou seus tímpanos. Fitou Rose que se desculpou pelo incômodo causado, tentando tirar seu salto da maldita rachadura do chão.

A morena riu baixinho, aproximando-se da amiga para ajudá-la. Em meio àquele ato, algo intrigou Soomin. Ela notou que aquela era a única rachadura presente no chão de madeira e não parecia ser desgaste ou dano. Era como se fosse uma espécie de escotilha pequena.

Abaixou-se e com cuidado dedilhou o contorno quase invisível à olho nu. Abriu cautelosamente, libertando o pé de Rose e revelando um livro. Este era mais extenso do que os demais.

Hoseok sabia disto? Muito improvável. Talvez nem mesmo Seokjin soubesse, considerando que raramente visitava o vasto ambiente cheio de livros.

- O que é isto, Soo?

- É o que iremos descobrir.

As duas moças se sentaram para ler o misterioso livro. Ele não possuía título, a capa era de cor carmesim, com um pequeno emblema de uma jóia de cor vermelha no centro, um rubi talvez.

Embora estivesse gasto pelo tempo, não parecia ser um registro histórico tão antigo. Soomin até sentiu como se fosse algo íntimo, pertencente à alguém.

- Soo, posso estar sendo boba... - Rose iniciou. - Mas isto não parece um diário?

- Tens razão, Rose. Mas se for, por quem foi escrito?

- Vamos abrir.

Sem mais delongas, a jovem moça de fios negros abriu o misterioso livro. Deparou-se com uma caligrafia bem feita e extremamente familiar. Talvez apenas fosse uma coincidência, mas a letra era similar à de Taehyung.

- Esta caligrafia...

- Algo a incomoda?

- Não, está tudo bem. É apenas bobagem minha.

Com os olhos atentos, ambas examinaram as palavras registradas. Era definitivamente um diário, pois relatava inúmeros ocorridos e guerras, além de conter cartas perdidas entre às páginas.

No conteúdo do diário, uma página chamou a atenção de Soomin. Além daquela ser a última carta, o conteúdo deste papel parecia complexo e melancólico. Nele jaziam as seguintes palavras:

"Siena - Norte, Pyro • 1802

Muitos maldizem o inferno, o reconhecendo como um lugar de punição espiritual. Mas são tolos em esquecer-se que o verdadeiro fica aqui embaixo, no solo onde os homens pisam. Sua maldita presunção em culpar Deus e o Diabo por serem desprezíveis e cometer pecados sem importar-se com o amanhã.
Esta maldita guerra é meu martírio, minha punição. Foi aqui que me tornei um homem frio e amargo como os demais. Ou talvez meu excesso de confiança tenha me trazido aqui. Eu a perdi, perdi tudo.
A guerra é um maldito jogo sem vitórias. De que adianta triunfar no quesito militar quando as espadas já rasgaram peles e vidas já foram perdidas?
Lancelot, este maldito grupo composto por mais de sete mil homens. Não importa quantos eu mate, eles continuam a ser os mesmos sete mil homens. Mesmo minha espada já tem estado gasta de tanto lutar.
Nasci e cresci neste inferno, neste jogo de poder e presunção. Mas eu me erguerei. As vidas aqui ceifadas não terão sido acabadas em vão. Eu erguerei Rubi e acabarei com estes rebeldes. Isto é por ti, Soo-Young."

PRINCE KIM 🖋Onde histórias criam vida. Descubra agora