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Nalu

- Mas é isso mesmo, cada um com seu sacrifício, cada qual com o seu mérito - Malu falou sentado na areia da praia.

- Carrego essa visão comigo também, tá ligada? - Cabelinho olhou para o mar - Já sofri pra caralho na mão de zé povinho, menor.

- Mas eu acho que são essas dificuldades que fazem a gente ser quem é hoje - olhei pra cima - Obrigada Deus, por todas as conquistas e realizar os meu sonhos.

- Pra tu ver né - Malu soltou um riso nasal - Eu nunca pensava que ia viver a vida que eu levo hoje, mas é aquela história, você sente que vai acontecer, mas só não sabe como.

- Quando eu era novinho pesava assim - Lennon apontou para a Malu - Eu e o Léo ralamos pra nós tá aqui pô, lembro que no meu primeiro show tinha umas 30 pessoas mais ou menos, eu fiquei tristão mano e a rapaziada que tava lá percebeu mas falaram pra não desanimar que aquele era só o primeiro.

- Quando nós é novo sempre bate umas neuroses de querer tudo na hora, eu queria que o barulho acontecesse logo se ligou, eu tinha pressa - Cabelinho suspirou - Mas aí eu falei pra minha mãe de santo esses bagulho que rondava a minha mente e ela disse pra me relaxar, que tudo era na hora de Deus e não na minha.

- E pra completar, ainda tem as pessoas que te coloca pra baixo, que rir da tua cara mesmo, aponta o dedo e diz que aquilo não tem futuro e o pior é que muitas vezes isso vem de quem tu menos espera.

- Graças à Deus que eu sempre tive o apoio da minha mãe e de uns parceiro meu que tão no corre comigo até hoje - Cabelinho sorrir de canto.

- Nós venceu irmão, nós venceu pô - Lennon sorrir olhando pro cabelinho.

- Amanhã tem um trabalho importante e tudo isso me faz pensar que valeu a pena sofre no início - brinquei com a areia com a ponta do pé - Se tu quer, corre atrás que uma hora você tem a glória.

- Fé em Deus que tudo ele sabe - Cabelinho falou levantando e tirou o excesso de areia da bermuda - bora laricar ali, tô varado de fome

- Bora mermo - Lennon diz levantando também.

A gente foi até um quiosque que ainda tava aberto e sentamos nas cadeiras. O atendente veio logo nos atender, todos fizeram os seus pedidos e continuamos conversando. Levantei e fui até o quiosque pedir uma água de coco já que eu não quis nada. Fiquei esperando o moço cortar o coco e chegou um cara esquisito perto de mim.

- Tá sozinha gata? - perguntou me olhando de cima à baixo.

Olhei pra ele mas não respondi e virei o rosto para ver se o atendente tava perto de terminar quando o cara apalpa minha bunda coberta pelo short jeans.

- Tá louco filho da puta? - falei tirando a mão nojenta dele de cima de mim.

- Aí Nalu - Lennon levantou da cadeira rapidamente - Qual foi?

- Esse filho da puta aqui me assediando, esse nojento da porra - empurrei o homem na minha frente que segurou o meu braço.

- Solta ela filha da put - Cabelinho diz,  agora estava os dois levantados vindo na nossa direção.

- Ai irmão, relaxa - O cara diz colocando as mãos no bolso - Não sabia que a moça linda tava acompanhada.

- Rala cuzao - Lennon partiu pra cima do homem mas eu não deixei.

- Lennon - o olhei - Não vai.

- Rala caralho - Cabelinho olhou feio pro homem - Fica esperto não parceiro, nós se tombar por aí tu leva o teu, palhaço.

POR ACASO - L7NNON (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora