DIANA CAMBERRA
Meus olhos parecem estarem preços no horizonte. Meu cérebro não processa nada que vejo, mas posso sentir meus ouvidos atento a tudo que está acontecendo. Mesmo que o meu desejo agora seja correr para o mais longe possível, eu não posso fazer isso, não agora.
— Vai continuar fingindo que não está nos ouvindo?! – minha tia Débora grita, atraindo minha totalmente atenção. Há minha frente está toda a minha família, alguns querendo sair daqui e outros querendo me massacrar.
— Não grite. – peço – Nem todos aqui são surdos como a senhora pensar. E sim, estou ouvindo tudo.
— E porque ainda não se pronunciou, garota?
— E eu tenho o direito da fala? – levanto-me do sofá ao lado da janela e fico de cara com minha tia. Minha mãe está logo atrás, perdida nos próprios pensamentos – Desde o começo eu pedi para explicar, e você com essa língua maior que o seu nariz, não deixou.
— Olha como fala.. – ela ia avançar na minha direção, mas é impedida pelo meu tio que toca em seu braço e encara a esposa.
— Não faça isso, Débora. – ele diz repreensivo – Diana é minha sobrinha acima de tudo. Quero que a respeite e a deixe falar.
Único sensato, podemos ver.
— E o que isso importa? Ela estragou o lance entre o Vicent e nossa filha, e você me pede para respeitá-la? – gargalha debochada – Eu deveria puni-la por tamanha desobediência.
— Quem você pensa que é, Débora? – minha mãe toma a voz pra si – Essa casa é minha, e a filha também. Você não tem direito de nada. Já estamos no século vinte e um, ninguém é obrigado a se relacionar com quem não quer.
— E já estava mais que nítido que o Medina não tinha interesse algum em Brenda – Matheus ingada, atraindo a atenção da sua mãe que o reprova com o olhar severo. – É a verdade, mamãe!
— Cale à boca, Matheus! – exige, passando a mão no rosto. – E o primeiro-ministro? Ele quer se casar com ela, isso poderia ser bom para nós.
— Isso é verdade, papai? – pergunto me direcionando ao meu pai, que tem uma expressão ilegível.
— Sim. Ele já me pediu várias vezes para se casar com você. – caminha até mim – Não posso negar que isso é uma oferta generosa, mas isso está em suas mãos.
Sinto um enjoo só de pensar, em me casar com aquela homem. Não, eu não farei isso! Estou grávida do homem que eu amo, e não abrirei mão disso, agora que o encontrei. Que Brenda me perdoe, mas depois de anos escolhendo fazer o que meus parentes queriam, dessa vez eu vou pensar em mim.
— Não, ela não irá se casar com ele. – a voz de Brenda soa atrás do meu pai, que sai da frente para olhá-la. É estranho vê-la assim, desarrumada e com cara de quem não dorme à dias.
— Minha filha – minha tia Débora vai até a filha, tocando em seus cabelos, mas Brenda se afasta dela
— Eu só vim ver a vitória da minha avant¹. – ela sorri, e não consigo ver a menina brilhante que ela sempre foi, só vejo mágoa e ódio. – Você deve estar muito feliz, não é? Carregando um herdeiro Medina no ventre e o tendo em suas mãos. Jamais imaginei que minha prima, seria capaz de tanto.
— Você está grávida? – minha mãe pergunta atordoada, vindo até mim e segurando em meu braço – Responda!
— Sim, minha tia, Diana está grávida do Medina. – se vira para o meu pai – Isso é algo que você planejou para o futuro brilhante da sua filha, tio?
— Diga que isso é mentira, Diana! – minha mãe grita em meu rosto, e posso ver o sorriso da minha tia e de Brenda. – Eu não posso acreditar nisso. Não posso.
— Quando isso aconteceu, Diana? – meu pai pergunta, chegando mais perto.
— E..eu..é..
— No dia da inauguração da boate! Diana viu o Medina e o seduziu, assim engravidando dele e podendo tê-lo em suas mãos. – Brenda responde com sarcasmo – Devo admitir que você foi muito esperta, minha prima.
— Você sabe muito bem que não foi propositadamente! – grito, saindo perto da minha mãe e ficando cara à cara com ela.
— Eu? – põe as mãos no peito e me olha surpresa – Quem foi a vagabunda de abrir as pernas para o Medina, foi você.
— Chega! – sem pensar, acerto seu rosto em um tapa. O desespero começa a bater quando vejo Brenda com as mãos no rosto, e um olhar supreso. – Brenda..me desculpe..eu..
— Isso, Diana, mostre que aquela boa menina nunca existiu! – esbranja – Você vai pagar por tudo isso, prima. Você vai pagar.
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O Libertino - Os Medina 03
RomanceVol.3 de Os Medina - Série Empresários Vicent Medina, o Libertino da família. Não quer saber de casamento muito menos de amar alguém. Em uma noite comum de amores pode mudar sua vida completamente ao descobrir que será pai. Diana Camberra, filha ma...