O Libertino - Os Medina 03

Capítulo 26

DIANA CAMBERRA

Minha cabeça dói e não posso esquecer da dor que sinto no pé da minha barriga. Débora e Nicole saíram logo após me darem aquilo pra beber. Agora aqui estou, somente com meus pensamentos e meus medos pairando em minha mente. Como eu desejava estar nos braços de Vincent e dizer o quanto o amo.

Agora eu percebo que sempre pude ter tudo que sempre quis. Tive o melhor dos estudos, cursei na melhor faculdade da França e sempre conquistava tudo que desejava. E agora, quando realmente me sinto completa, irei perder tudo por egoísmo e inveja de outra pessoa.

As lágrimas rolam pelos meus olhos, e meu peito começa a queimar com vontade de gritar e dizer o quanto eu amo aquele homem. E talvez eu nunca mais o veja, e isso está acabando comigo por dentro. Mas eu sou forte e tenho certeza que o terei em meus braços, e nosso bebê também.

— Olha, Débora. – Nicole entra acompanhada da minha tia, que abre um sorriso ao ver minha cara de choro – A pobrezinho está chorando! É uma pena, não é?

— Não é não, precisava sofrer mais. – minha tia diz.

— Pense pelo lado bom. – Nicole da um passo à frente. – Você poderá cuidar daquela pentelha da Stormi, pode até fingir que é sua filhinha, eu não me importo.

— O..oque você está dizendo?

— Oh! Vicent não lhe disse? – gargalha – Eu e ele temos um filha, isso mesmo. Transamos bastante e acabou tendo um resultado. Stormi tem seis anos, e com certeza ele irá jogá-la pra você cuidar, enquanto come as putas na sua cama.

— Cale a boca! – peço, já atordoada.

— Coitada, ela não aguenta a verdade. – é a vez da minha tia gargalhar.

— Não, titia. – chamo sua atenção – Você que não aguentar a verdade. Me sequestrou, porque um homem não quis ficar com sua filha. Não percebeu a besteira que você fez?

— Mentirosa! – esbranja irritadiça – Ele a queria, somente foi manipulado por você. Você é o verdadeiro problema aqui, Diana.

Débora avança na minha direção, e sinto a ardência em minha fase quando ela me deu um tapa. Sem reação, continuo na mesma posição tentando entender o que ela fez. Não é a primeira e nem será a última vez, que minha tia tem ataques histéricos.

— Com licença, senhoras. – uma moça entra no local, usando um boné preto e trajes escuros.

— Fala – Nicole manda.

— O rancho está sendo invadido. – ela move seu olhar pra mim – Vieram resgatá-la.

— Não! – Nicole e minha tia gritam juntas.

Um alívio corre em minhas veias. Mesmo que a dor no pé da barriga tenha aumentado, agora sei que eu e meu bebê temos grandes chances de sair daqui. Não consigo evitar um leve sorriso em meu rosto, é um peço tirado os meus ombros essa notícia. O que eu mais quero agora, é estar nos braços de Vicent.

— Está feliz, sua maldita? – Nicole segura de forma firme e dolorosa o meu rosto – Saiba, isso ainda não acabou.

Quando ambas iam sair, a porta é aberta e vejo a expressão de surpresa de Vicent vendo elas à sua frente. Nesse instante Nicole ia para os seus braços, mas ele impede e a afasta olhando pra mim e pra elas. Tenho certeza que ele já sacou o que está rolando aqui. Nicole tenta se soltar do seu aperto, mas é impossível.

— Aí! – grito, ao sentir uma forte pontada no pé da barriga e logo algo começar a descer da minha intimidade.

— Meu amor.. – não sei como, mas Vicent apareceu ao meu lado tocando em minha testa e avaliando meu estado.

— Dói.. – é a única coisa que consigo dizer, antes de olhar pra baixo e ver o sangue descendo sem parar – Nosso bebê

— O que vocês fizeram? – ele volta sua atenção às duas mulheres, que estão sendo seguradas por homens altos e de terno. – Respondam!

— Acabou pra você, Vicent. Jamais deveria ter mexido com os sentimentos da minha filha. – tia Débora prossegue – Agora, vocês irão pagar com a vida desse verme.

— Leve-as! – ele ordena e os homens gigantes saem, com elas.

— Vicent..– o chamo, quando sinto que estou perdendo as forças.

— Estou aqui, meu amor. Iremos cuidar disso! Vamos pra casa.