Capítulo 29

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VICENT MEDINA

— Sabe que esse é o terceiro copinho de café, não sabe? – Diana sorri, enquanto eu espero a maldita garrafa completar o meu copo com café da clínica.

— Não me lembro de tomar tudo isso. – abro um sorriso para minha noiva, que rola os olhos e se levanta vindo até mim. – Quer um pouco?

— Eu quero que se acalme. – ela pega o copo da minha mão e joga na lixeira ao lado, me olhando novamente – Se continuar desse jeito, vai acabar passando mal.

— Não há como me acalmar! Essa é a sua primeira consulta, depois de tudo que aconteceu. Estou nervoso por nós dois, já que a senhora está bem calma.

— Está nervoso atoa, vai ocorrer tudo bem. – toca em minha mão, levando até sua barriga que já exibe um volume. – O bebê está bem, confie nisso.

Seus olhos transmitem uma calmaria, que me deixa um pouco mais tranquilo. A senha apita, e quando me viro para analisá-la vejo que é a de Diana. Seguro em sua mão e começo a puxá-la até a sala da doutora que irá examiná-la. Paramos em frente à uma porta branca e logo a mesma se abre.

— Bom dia! Sou a doutora Angélica, podem entrar. – ela nos dá espaço, entramos juntos de mãos dadas, nos sentando nas cadeiras à frente da mesa.

— Bom dia, eu sou a Diana e esse é meu noivo Vicent.

— É um prazer em conhecê-los. – ela analisa a ficha de Diana, após se sentar – Então você quase teve um aborto. Me diga, o que sentiu depois do ocorrido?

— Dores leves no abdômen, enjoos e uma tontura.

— São normais. Você está no primeiro trimestre da grávida, completando quase onze semanas.

— E o que significa onze semanas? – não evito a pergunta.

— Dois meses. – a doutora sorri – Venha, Diana, vamos ver como está esse bebezinho.

Diana e a doutora seguem até uma maca, estou indo logo atrás ficando ao lado da minha noiva segurando sua mão. A doutora sobe o vestido da minha noiva, que usa um shortinho leve na cor preta por baixo. Sua barriga mostra certinho um ovinho no centro, e ali cresce um fruto do nosso amor.

A doutora Angélica põe a luva e se senta em um banquinho ao lado da maca. Põe um gelo na barriga de Diana e pega um troco grande e posiciona em um local específico e começa a precionar, mexendo de um lado para o outro. Olho para a tela e não consigo ver nada, e isso me causa um grande desespero.

— Está tudo bem com o bebê? – pergunto, temendo a responde.

— Oh! Sim. Vou colocar para ouvirem o coração.

No mesmo instante, sons agudos e graves ecoam pela sala. Os olhos de Diana se enchem de lágrimas não derramadas e meu coração começa a ficar ansioso. O meu filho, esse é o coração do meu filho. Mas começo a ficar confuso, não é um som só, é como se mudasse de ritmo todo tempo.

— Porque essa mudança de som, doutora? – Diana pergunta, limpando as lágrimas.

— Isso? É porque são gêmeos, é normal serem dois sons diferentes.

Meu sorriso se desfez rapidamente. Meu coração que estava acelerado, parou por segundos até minha visão começar a ficar embaçada e eu sentir minhas pernas moles. No instante seguinte, me vejo deitado no chão, olhando para o teto e um cheiro forte e álcool em minhas narinas.

— Está acordando. – ouço uma voz lá trás e quando me dou conta, tento me sentar mas são impedido..

— Gêmeos.. São gêmeos.. 

— Sim, meu amor. – encaro Diana que sorri – Vamos ter dois bebês.

Santo Deus.

O Libertino - Os Medina 03Onde histórias criam vida. Descubra agora