20| Alpinista.

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Jealousy, Jealousy...

𝐉𝐀𝐍𝐄 𝐈𝐕𝐄𝐒

Estávamos sentadas no banco do hospital a horas, eu agradeci mentalmente por ter tomado banho na casa de Max antes de ir para casa. E me condeno também mentalmente por não está em casa quando precisaram de mim. Eu havia segurado as lágrimas por minha mãe, por Sara, por todos nós. Minha irmã estava devastada,e minha mãe nunca esteve tão aflita, eu podia enxergar o medo em seus olhos.

A última vez que eu havia visto-a assim foi quando era pequena. Mesmo sendo tão nova, nunca irei esquecer seus olhos vagos e tristes pelos cantos de nossa antiga casa. Para a maioria das crianças, ainda mais daquela idade é difícil de notar quando há algo de errado com um adulto, mas eu nunca me igualei as outras crianças, como eu já havia dito, minha esperteza sempre foi alta. Eu havia querer desistir depois do acidente com meu pai. Se ela está aqui hoje foi por mim, por não querer que eu fosse taxada de "a menina cujo a mãe se suicidou". Minha mãe é forte, ela sempre foi... O que me faz sentir mais culpa-da ainda. Só fiquei algumas horas sem internet e olha o que aconteceu.

Observei a cabeleira loira de Sara e minha mãe na recepção, ambas pareciam que teriam brevemente um infarto. E eu não estava diferente, mais uma vez eu apertava minhas mãos como se a vida do meu pai dependesse disso, minhas pernas batiam freneticamente no chão, se eu continuasse com isso acabaria furando o piso. Então me pus de pé e comecei a intercalar passos entre a última cadeira da esquerda até a última da direita. Balancei minhas mãos na tentativa de aliviar a tensão e mais uma vez senti minha visão embaçar. Vamos lá Jane, sua família precisa de apoio. Aguente firme.

Ao virar-me para a porta da entrada observei um tom de ruivo familiar, era ela, era Max. Mayfield carregava uma bolsa preta nas costas, a mesma que havia saído de casa mais cedo. Ao me avistar ela se apressou-se a vir a meu encontro, me abraçando assim que parou em minha frente. Eu agradeci aos céus por isso, era tudo que eu precisava.

—Como você está? —ela separou o abraço e segurou minhas mãos.

—Mal Max, muito mal. —suspiro segurando as lágrimas que ameaçavam descer. —Eu não sei até quando segurarei as pontas. 

—Hei... —fez um carinho em minhas mãos, um carinho tão familiar que quase me fez sorrir. —Ele vai ficar bem, certo? Vocês vão ficar bem.

Eu assenti. Eu precisava confiar nisso.

—É culpa minha, viu o que aconteceu? —apontei para recepção onde Sara e Terry ainda se encontravam. —Eu relaxo por umas horas e quando volto à minha rotina isso acontece.

—Você não tinha como ter controle sobre isso Jane, não é sua culpa. —enxugou uma das lágrimas solitárias que deixei escapar.

—Essa é a questão Max, ultimamente não estou tendo controle de nada, nem da minha própria vida, e isso é frustrante porque sempre consegui deixar as coisas como elas deviam ser, até manuseio das minhas emoções eu tinha.

—Olhe para mim. —ela virou meu rosto para a mesma. —Você se apega ao controle como um alpinista se agarra a uma corda. Isso é sua humanidade Jane, os humanos se decepcionam, quebram a cara, as coisas dão errado na maioria das vezes, e eu sou a prova viva disso. E está tudo bem, entende? —levou a mão novamente para as minhas mãos. —Não pense nem por um segundo que você tem haver com isso, o Jim não iria querer que você se culpa-se assim.

Sorrio para a ruiva à minha frente. Ao me alto analisar noto que o tremor nas mãos e nas pernas se foram, diluindo-se como se nunca houvessem existido.

—Obrigada. —digo baixo e ela sussurra um "de nada". —Como soube o que aconteceu?

Ela engole seco, antes que a mesma pudesse falar sequer uma palavra, Sara voou em seu pescoço entrando em minha frente e me dando a resposta de que eu precisava. Claro que havia sido ela.

Meu amor, você veio. —ela segurou o rosto de Mayfield depositando um selinho em sua boca. —Você não sabe o quão está sendo difícil.

Em questão de segundos minha irmã estava chorando mais uma vez agarrada a ruiva que tinha os braços ao redor da cintura da mesma como forma de consola-la. Eu me senti constrangida e com raiva, queria arrancá-la do braço de Max, mas eu não podia fazer isso... Então, furiosa eu dei as costas para as duas e fui até minha mãe que continuava na recepção, ela veio ao meu encontro e disse:

—A cirurgia correu bem. —me abraçou e eu senti um alívio tomar conta de meu peito. —O médico disse que ele está dopado de medicamentos e está dormindo, mas nós podíamos ir vê-lo mesmo assim.

—Isso é bom. —tento não chorar novamente. —Isso é muito bom. Vamos lá?

—Infelizmente temos que esperar alguns minutos filha, mas pelo menos poderemos vê-lo. —eu assenti.

Olhei na direção de Sara que ainda se encontrava abraçada com minha irmã. "Meu amor", o que foi aquilo? E aquele beijo... Eu precisava vomitar.

—Vou ao banheiro. —aviso a minha mãe.

—Tudo bem. —ela acaricia minha mão. —Mas não demore, daqui a pouco nós entraremos.

🤡🤍Jane sentindo ciúmes pela primeira vez

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Jane sentindo ciúmes pela primeira vez.

𝐍𝐎́𝐒 | 𝙀𝙡𝙢𝙖𝙭Onde histórias criam vida. Descubra agora