32| Nova vida.

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𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀

O amor nem sempre é bonito. Às vezes você passa o tempo inteiro desejando que um dia ele mude. Que melhore. E aí, antes que perceba, você já voltou para a estaca zero e perdeu seu coração em algum lugar no meio do caminho. A diferença entre o lado bonito e o lado feio do amor, é que o lado bonito é bem mais leve. Você se sente como se pudesse voar, como se flutuasse. Já as partes feias do amor são tão pesadas que além de não saírem do chão, te arrastam para o fundo do poço.

Jane Ives estava vivenciando o lado feio do amor. Aquele que nos destrói, aquele que nos faz sentir a pessoa mais triste do mundo. Como se tivessem arrancado um pedaço importante de você. Ela estava dilacerada, assim que Max saiu pela porta de seu quarto à dois dias atrás, ela chorou. Chorou como se não houvesse amanhã, chorou até que seus olhos inchassem. E no dia seguinte teve que andar com uma compressa de gelo o tempo todo, porque hoje seria o dia que finalmente se libertária dessa cidade, se libertária da garotinha ingênua que é, e correria atrás dos seus sonhos.

—Pegou tudo? —Bev perguntou do batente da porta. Will estava ao seu lado.

—Sim, peguei tudo. —Jane ajeitou as mangas da blusa preta que vestia, pegou suas malas e as pôs no chão.

—Tem alguém aqui que quer te vê. —Beverly sorriu.

O coração de Ives acelerou, mas seus batimentos voltaram ao normal assim logo que viu o loiro rosê de Chrissy vindo em sua direção e abraçando-a. Ela também apertou a mesma contra sí.

—Por onde você andou? —franziu o cenho. —Senti sua falta.

—Eu estou bem linda. —soltou-a —Não achou que eu ia deixar você ir embora sem se despedir, não é?

Olhou pelos ombros da loira e Will Byers já não estava mais lá. Eles não haviam se resolvido, e eu também nem sabia se iriam. Seja o que acontecer, não é mais da sua conta. Jane precisa focar no que interessa, e isso é somente o seu futuro, desviar dele foi o seu maior erro.

—Fico feliz que tenha vindo, mesmo que tenha sido de última hora. —ela sorriu. —E desculpe por não ter contado antes sobre... —foi interrompida.

—Não foi sua culpa. —deu-lhe um sorriso confortável. —Bem, preciso ir... —todas desceram para o térreo, onde Jim se encontrava sentado no sofá. —Pai, vai me levar no aeroporto?

—Não... —Ele fez um esforço para se levantar do sofá. —Porque você vai sozinha. —ele tirou a chave do carro do bolso.

—Vai me deixar dirigir seu carro? —questionou.

—Não, eu vou deixar você dirigir o seu carro. —entregou a chave para sua filha. —Dê uma olhadinha lá fora.

Assim que todos saíram, a vista de um Chevrolet preta foi tomada por todos. Ela havia ganhado o seu primeiro carro. E sua empolgação era a mesma de quando ganhava chocolate quando era criança.

—Obrigada pai. —ela pulou no pescoço de Jim. —Você é incrível.

—Você merece meu amor. —ele sorriu orgulhoso. —Lembra de tudo que eu te ensinei não, é? Sobre freio, embreagem...

—Sim pai... —ela começou a passar a mão no seu mais novo veículo. As aulas que seu pai lhe davam sobre direção finalmente serviriam para alguma coisa.

—Quando chegar na Califórnia, depois que se acomodar a primeira coisa irá fazer é...

—Tirar a carteira, eu já sei. —foi até o mesmo e lhe deu um beijo na bochecha. —Preciso ir agora. —Diga que mandei outro beijo para mamãe assim que ela chegar do trabalho.

—Eu direi. —sorriu sutilmente.

Após se despedir de todos, a morena pôs suas malas no carro, e deu macha. Enquanto dirigia até o aeroporto ela tocou uma de suas mãos em seu pescoço, especificamente no colar que tinha a metade um sanduíche como pingente. Ela pensou nela, pensou na ruiva e em todos os momentos que viveram juntas. Lembrou da primeira vez que subiu em sua moto, lembrou do primeiro sanduíche e de todos os outros que foram feitos depois. Lembrou do primeiro beijo, lembrou da primeira vez e de todas as outras transas que fizeram a mesma suar. E por último lembrou da maldita aposta, aquela merda de aposta idiota. Foi então que puxou o colar com força do pescoço e o jogou para fora da janela do carro. Seria uma nova vida, ela se formaria, viraria médica, conheceria outras pessoas e amaria de novo. Seria uma nova vida sem Max.

𝔉𝔦𝔪.
𝔒 𝔣𝔦𝔪?



𝕬𝖚𝖙𝖔𝖗𝖆

E é com todo prazer que eu digo, esse é o fim da primeira temporada. Desculpem demorar tanto para escrever os capítulos, tenho 17 e estou entrando na vida adulta e me organizando pra sair de casa. Por mais que eu quisesse terminar essa fanfic eu não conseguia, sempre me dava uma preguiça de continuar mesmo eu tendo mil ideias. Enfim, chegamos até aqui e eu espero que tenham gostado, se quiserem dividir suas opniões sobre essa fic eu vou adorar ler, sempre leio todos os comentários. Caso ela NÓS| ELMAX seja renovada para uma segunda temporada virei avisar. Para isso esse capítulo tem que bater ao menos 1k como os outros anteriores. Foi bom chegar até aqui, mamãe lory agradece! 🫶🏻

Estou pensando em fazer uma nova fic abordando temas difíceis, algo mais real a realidade de pessoas lgbt, sem contos de fadas, algo que realmente retrata como é ser uma garota lésbica na sociedade.

𝐍𝐎́𝐒 | 𝙀𝙡𝙢𝙖𝙭Onde histórias criam vida. Descubra agora