O que acontece entre quatro paredes

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"Como alguém teria coragem de simplesmente trair o próprio marido?"

É uma pergunta que muitos pensam, porém temos que lembrar do ditado: "Chifre trocado não dói"

Mas o que fazemos se tudo não passou de um mal entendido? Pois se formos recapitular, Minho apenas traiu Jisung, pois julgou que seu marido transasse com seu filho, por outro lado, Jisung traiu o marido pois de fato Minho o traiu transando com seu filho.

Tudo isso era um péssimo entendido, mas quem disse que um deles iria conversar? Tinham tanto a resolver que a conversa iria por água a baixo e com isso, a relação entre eles iria pelo ralo antes.

Começando pelos jantares, o que antes era raro, se tornou lenda urbana, Hyunjin e Felix acreditam de pés juntos que o jantar em família eram surtos coletivos, pois não viam sequer Minho e Jisung respirar por mais de dois segundos no mesmo cômodo.

Também temos as reuniões, pela empresa ser dividida do casal, eles deveriam estar juntos nas reuniões ou um estar a parte do que o outro conversou na reunião, porém haviam se passado duas reuniões e até agora Jisung não fazia idéia do que foi tratado e se dependesse dele, nunca saberia.

Estava envergonhado de si mesmo.
Havia feito algo pelo impulso, pelo tesão acumulado e agora estava arrependido.
O que não se aplica a Minho, pois ele realmente acredita que Jiaung traiu ele primeiro.

Infelizmente essa família possuí um lema além de "trabalho primeiro, família depois".
O maior lema dessa família vinha de gerações, "O que acontece entre quatro paredes, fica entre quatro paredes. O que conversamos em particular, fica em particular".

Minho levava consigo esse lema a gerações, seus avós, bisavós, seus pais e agora, com seu marido e filhos, nunca, jamais deixaria seu lema familiar, pois o que aconteceu naquela família, iria ficar apenas entre eles e mais ninguém saberia.

– Appa... – murmurou Felix, tirando a atenção do homem do computador de seu quarto.

Minho sequer havia notado quando foi que o mais novo entrou em seu quarto para início de conversa. Agora que não iria questionar como ele entrou, apenas o encarou, pois quanto mais rápido Felix falasse o que queria, mais rápido ele o deixaria em paz.

– Er... O tio Jiaung esses dias estava bem desanimado com algo, então eu e o Hyunjinnie pensamos em... Sabe... Assumir a loja e a empresa apenas por uns dois dias e deixariamos esses dois dias para vocês dois se acertarem. – O mais novo parecia tentar ser prestativo naquele momento, o olhar acanhado mostrava que ele só tinha boas intenções.

Minho franziu a sombrancelha, mantendo a feição irritada na face. Aquilo seria muita cara de pau vinda de Jisung. Se aquilo foi a pedido do Han, então com toda a certeza do mundo foi uma cara de pau inconsequente.

– Diga ao Han que não me importa quanto ele tente me fazer ceder, eu nunca mais o perdoarei nessa reencarnação e nem nas próximas. – o Lee praticamente gritou, voltando a atenção ao computador e iniciando seu trabalho árduo do dia a dia novamente.

Felix por sua vez franziu as sobrancelhas, pelo visto algo no relacionamento entre seus pais estava mal contado para si e precisava botar os pingos nos "is" mas antes, com toda certeza deveria reunir novamente esse casal... Hora do plano B.

– Certo... Me perdoe por te atrapalhar, pai... – o Lee mais novo murmurou baixo, antes de sair daquele cômodo acanhado – Jinnie, plano B.

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