Final (in)feliz

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– Eu não sei o que fiz de errado! Estava tudo tão bom entre a gente... Eu sei que ele trabalhava a maior parte do tempo, mas... Eu amava tanto ele... – o soluço interrompeu as lamentações, enquanto o próprio rapaz se encolhia no sofá macio – Me perdoe, eu precisava conversar... Mas não tenho amigos... Eu sei que Felix não me considera um amigo, porém eu queria tanto desabafar e... E ele não está, eu devo ter atrapalhado...

Jisung suspirou, negando com a cabeça antes de acariciar os fios negros do rapaz.
Ele sabia que aquela história toda não iria acabar bem.
De tanto tempo do rapaz segurando o chifre, acabou resultando em um pequeno momento de acidente, aonde pelo que Jisung entendeu na história, Changbin havia chegado mais cedo por conta de estar passando mal e pegou no flagra o casal de amantes no ato.

– Você não está atrapalhando, ouviu? Você não atrapalharia nunca. – "exceto se eu estivesse transando" pensou o Han – Não precisa se preocupar com isso... Quer mais um copo de água?

O Seo negou, voltando a esconder o rosto no pescoço alheio, estava se sentindo péssimo.
Havia ido desabafar com Felix, mas o amigo não estava em casa e como Jisung viu o rapaz aos prantos em sua porta de baixo do temporal, o permitiu entrar e ouviu toda a história trágica, sendo que parte dela ele já possuía certo conhecimento.

– É ele que não te merece, ouviu? – o Han ditou firme, vendo o baixinho afirmar trêmulo com a cabeça, chegava a dar dó, o garoto era tão bonzinho, esforçado, tinha um físico invejável -vale ressaltar- e além de tudo, ele era bonito, muito bonito, não entendia a razão de Jeongin trair tanto o homem a sua frente – Ele vai se foder muito, eu sei disso.

– Eu não quero isso... Eu só queria superar... Ele e Seungmin fazem um par bonito, e... Eles se merecem. – o Seo fez uma careta desgostosa, realmente aquelas duas cobras peçonhentas de mereciam – Eu já estou de saída, obrigado por me ouvir...

– Nada disso! Fique a noite, okay? Está chovendo muito. – o Han sorriu terno, limpando as lágrimas que escorriam pelas face alheia, quando notou as orbes brilhantes e o sorriso grato.

Seu peito doeu, acreditando que realmente era a idade, estaria ele tendo um infarto?

– Vai encontrar alguém que te mereça, alguém bom e gentil. – o Han disse simples.

Realmente, Changbin encontrou alguém incrível, o próprio Yibo.
A paixão a primeira vista foi insuperável, o casal se formou no momento em que os olhos se encontraram.
Enquanto de um lado, víamos casais felizes, do outro, víamos Jisung.

O Han não aguentou a dor da perda de um relacionamento tão duradouro.
O Han realmente amava Minho, amava tanto que chegava a doer, apenas... Não sabia dizer, não sabia amar.

Os olhos transbordavam a cada mensagem do marido, cada vez que o ouvia falando sobre como Hyunjin era um excelente patrão, aquilo doeu a sua alma.
Quando descobriu que seu filho e Minho começaram a namorar, o Han sentiu seu mundo cair.

Achou que iria superar, achou que assinar o divórcio faria a dor no próprio peito passar, mas aquilo doía tanto...

O Han não cometeu suicídio, se é o que pensam, ele também não infartou, não se preocupem.
Mas enquanto ele via o filho postiço se casar com seu advogado, quando viu o anel de noivado no dedo de Hyunjin, quando viu o sorriso sincero do ex-marido, quando viu Changbin e Yibo realizando o pedido oficial de namoro na sua loja e quando viu Seungmin e Jeongin felizes, percebeu que estava sozinho.

A mansão enorme era apenas dele, o silêncio era único e reinava em todos os cantos daquele lugar, era solitário.
Foi quando abriu a porta indo para o trabalho que tudo isso mudou, pois viu um pequeno cesto de palha com cinco pequenos gatinhos e seu coração finalmente se aqueceu com o brilho que a anos se apagou em seu corpo.

Desde que assinou aquele divórcio, Jisung não foi mais feliz, mas quando aqueles pequenos seres pararam em sua porta junto a mãe que havia acabado de parir e por isso a abandonaram, o Han encontrou uma razão para viver, pelo menos, por mais algum tempinho.

#fim#

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