Merda feita, irresponsável...

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– Lino-ah! Volte aqui! Temos que conversar! – o Han gritou em plenos pulmões, não se importando mais com a ética naquele momento, o clima da casa estava uma baderna e eram apenas duas da tarde.

Minho simplesmente havia se levantado e saiu como se nada estivesse acontecendo, a bagunça estava feita, o Lee estava totalmente pistola a aquela altura do campeonato.
Os passos incertos do Lee escada a cima eram provas o suficiente para explicar que ele estava no limite, não aguentaria segurar a paciência por muito tempo.

Jisung por sua vez queria resolver o problema a todo custo. Poxa, se esforçou tanto para deixar a lanchonete, a lojinha, tudo organizado para seus três dias de folga em casa, não queria que o dia se tornasse um meio de ambiente desagradável ao casal.

Pensando apenas em si ou no caso, no casal, Jisung subiu atrás do marido, vendo a porta do quarto do mesmo encostado, tomou a liberdade de abrir a porta.
Por anos que moravam juntos, Jisung e Minho nunca dormiam juntos. Menos ainda na mesma cama, faz idéia no mesmo quarto.
Quando o casal tinha os momentos quentes no início da relação, havia um quarto sensual no final do corredor, bem discreto, que era simplesmente a definição de sexo e olhe lá.

Estar nesse momento no quarto do Lee foi revelador, sempre falavam que o quarto da pessoa é quase um segundo CPF, uma amostra grátis de sua personalidade e seus sentimentos, tudo exposto ao modo de organização e conceito de seguro.

Minho tinha o quarto mais organizado que Jisung já viu.
As paredes limpas e impecáveis, não havia nada sujando ou impedindo a visão do chão de madeira clara mesclada.
Havia a estante de livros ao lado da janela, a parede inteira repleta dos livros mais distintos e mais grossos possíveis. Era quase uma segunda biblioteca da mansão, porém com livros exclusivamente pertencidos ao Lee mais velho.

Um abajur em forma de lua minguante enfeitava a cabeceira da cama, junto a uma foto do Lee, seu filho e Jisung, tirada logo após o casamento.
Uma pequena pelúcia de gato também era destaque numa mesa na parede ao lado da porta de entrada do quarto, quase imitaria uma penteadeira se não fosse os livros que também eram enfeites daquele móvel.

– O que está fazendo aqui? – sussurrou Minho, franzindo as sobrancelhas.

Em anos, Jisung nunca havia pensado em entrar no seu quarto como nesse momento.
O ódio que já era grande, agora corroía sua alma.
Seu quarto era a única coisa que considerava unicamente seu, ver seu marido invadindo trouxe um péssimo sentimento, uma péssima sensação.

– Eu apenas gostaria de conversar... Permita-me, por favor. – Jisung implorava, se necessário se ajoelharia.

As lágrimas desciam de sua face, não queria apelar ao sentimento, porém doía a idéia de perder seu amor.
O sentimento de culpa era matador, seu coração estava apertado, seu pulmão ardia.
Queria chorar, mas sabia que Minho não iria perdoa-lo, não se fosse feito de vítima, pois o próprio Han sabia que não era uma vítima.

– Você já fez a merda Jisung... Assuma seus erros e saia do meu quarto.

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