Divórcio a caminho

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– Eu não aceito! – gritou o Han, seus olhos transbordaram em ódio, não conseguia aceitar aquele bolo de documentos a sua frente.

Pela cor das letras, sabia que se tratavam de cópias da original, Minho pensava em tudo, pois se fossem originais, Jisung apenas rasgaria.

– Não tem que aceitar, Han... O Juiz aceitou o pedido de divórcio com o fato de que estou com 25% do nosso dinheiro total, você com 50%, Hyuniin ficará com 10% e Felix como meu filho legítimo, terá 15%. O Juiz achou injusto pois não quis ficar com tudo da minha parte, mas eu quis assim. Independente se você assinar ou não, eu não sou mais seu marido, Han. – Minho disse, de forma profissional, de maneira fria, não era aquele Minho de quando se casaram no passado.

– Amor, achei que tínhamos nós acertado... – o Han tocou suavemente os ombros do mais velho, vendo o mesmo desviar o olhar e tentar se desvencilhar de seu toque – Meu amor...

– Jisung, você só quer me comer, seja sincero... Eu não gosto mais de você e acho que nunca gostei... Eu tentei, Jisung... Mas estamos em um ponto que nem a sua amizade eu teria mais... – o Lee murmurou o final, porém pela distância, Jisung ouviu bem até demais.

O Han engoliu saliva, engoliu o orgulho e as lágrimas.
Queria tanto amarrar o Lee ali, naquela casa, só para si, porém não poderia.
Um pensamento egoísta, porém só de pensar que outro homem tocaria seu marido...

– A guarda dos meninos é livre de escolha deles, pois são maiores de 21, obviamente podem escolher se querem ficar com algum de nós, intercalar ou morar sozinhos... – o Lee disse com um olhar baixo, Jisung tremia e rosnava, ele parecia irritado.

– Tem outro homem envolvido? Você já gosta de outro? É isso? – o Han questionou, faltava enforcar o marido pela força que apertava seus ombros.

Minho por sua vez engolia o medo, engolia o pavor, engolia sua vontade de chorar, Jisung estava perdendo a razão.

– Han, senta e se acalma. – o Lee ditou ríspido, porém o Han sequer o ouvia.

– Eu não aceito isso, Minho! Você vai me trocar por outro? Eu não te comprei algo que você queria? Eu não te dei a festa de dois anos de namoro? Eu lembro! Você queria isso! – o Han estourou, não falava coisa com coisa, Minho havia visto apenas três vezes o marido nesse ponto e na segunda vez em que havia visto, foi quando o Han chegou a se descontrolar – Porra, Minho! Você não pode aguentar só mais um pouco? Eu te levo para Paris!

Minho engoliu seco, sua feição caia a cada vez mais deprimido.
Queria sumir...

– Não me olhe assim! Eu fiz de tudo por você!

– Jisung, você por acaso... Já disse que me amava... Com as palavras vindo do fundo do seu coração? – o Lee questionou, vendo o marido tensionar naquele instante – Jisung, eu nunca te pedi que me amasse... Mas você dizia tanto que eu era o seu amor... Que eu realmente me tornei dependente de ter alguém que realmente me amasse.

– Então tem outro mesmo?

– Han, mesmo se tivesse, eu nunca te diria. Assine o divórcio e me deixe ir... Pois eu já te deixei a muito tempo. – o Lee disse, de forma fria e sincera.

Era melhor ser sincero do que mentir e enganar alguém como Jisung havia feito consigo.

Mas pensando bem...

Nunca teve um amor verdadeiro ali.

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