365 dias longe da honestidade

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– Moral da história, era para ajudar e vocês pioraram a situação... – o rapaz que agora possuía fios negros com a franja descolorida desbotada constatou com uma risada contagiante, era quase um passatempo para Seungmin, rir da desgraça alheia.

– Nem me fala... Agora o Tio Jisung não fala mais comigo além do básico e o meu pai nem olha na minha cara... Eu acho que a briga deles foi feia... – Felix resmungou, apoiando a bochecha no balcão com um bufar.

Desde que passou a se encontrar diariamente com Christopher nos fundos da loja, teve momentos de recaída que não havia com quem conversar, após os três dias de folga dos pais, continuava com tudo entalado na garganta e nem com Hyunjin conseguia desabafar um pouco. Chegou no ponto que estava tão cansado da vida, que a primeira pessoa que demonstrou interesse para ouvir, se tornou seu diário pessoal.

Infelizmente o desafortunado acabou sendo Kim Seungmin e sabe-se lá de onde o rapaz tira tanta paciência em ouvir todas as histórias das aventuras diárias de Felix com o galanteador Christopher, da família que parece perfeita mas não é, e da amizade aos pedaços que Felix e Hyunjin estão perdendo.

O rapaz só havia perguntado se estava tudo bem, pois chegou para comprar um café gelado e viu o Lee chorando no balcão na loja vazia plena manhã após abrir o estabelecimento, agora virou um ombro-amigo.

– Eu recomendo que todos sentem e conversem de forma civilizada. – Seungmin balançou os ombros, ouvindo um murmuro em desaprovação do balconista – Vai me dizer que prefere deixar como está? Uma hora vai piorar, cara!

– Como algo que já está na merda consegue piorar? – Felix questionou, seria impossível, certo?

Seungmin novamente balançou os ombros, não era a vida dele afinal, mas não podia deixar de imaginar na desgraça que seria.

– Talvez uma separação... Ou um ex tóxico tentando voltar por interesses financeiros? Quem sabe suicídio? Há tantas formas de piorar... Quer que eu liste? – o Kim zombou, porém no fundo havia uma verdade, mil e uma coisas poderiam dar errado e Felix não prestava atenção nisso.

– Que nada. Eu sei que vai melhorar. – suspirou o Lee, voltando a ativa quando viu o bochechudo entrar desanimado como sempre, se enfiando na cozinha sem querer falar com nenhum cliente, menos ainda seus funcionários. – Precisa melhorar...

[...]

– Como assim você comeu o seu afilhado, seu safadinho? E ainda por cima nem me conta! – Yibo sussurrou no ouvido de Minho assim que o homem entrou no escritório, tirando uma feição nada boa do homem – Não me olhe assim! Seu afilhado é facilmente manipulavel.

– Você que é um manipulador filho da puta. Eu te conheço o suficiente para saber que deve até mesmo ter ameaçado demitir ele só para que ele te conte tudo. – o Lee metralhou a realidade, como se tivesse visto o passado.

Yibo resmungou, estava certo, havia feito uma pequena birrinha, uma ameaça ali e outra aqui, uma implicância leve e puf, verdade sobre a mesa, mas Minho sempre teve esse dom de saber tudo cedo demais, as vezes não era da forma certa e as vezes era puro palpite de sorte.

– Certo, certo. Eu admito, eu ameacei te contar que ele derrubou café nos documentos contábeis de cinco anos da empresa. – disse o chinês, recebendo um olhar desesperado do mais velho.

– PORRA HYUNJIN!

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