Sexo ou Amor?

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– Você vai me ignorar até quando, Lino-ah? – Jisung estava a beira de enlouquecer, dois dias na mesma casa, sem mais ninguém para incomodar e desde o momento que transaram, Minho passou a ignorar a existência do marido. – Você prometeu que iria tentar me ouvir!

– E eu ouvi. – foi tudo o que o Lee respondeu, voltando a atenção aos documentos da empresa, mesmo em casa não conseguia se afastar do trabalho.

– Mas não parece! – Jisung exclamou, tentando manter a calma, porém a feição desinteressada do marido estava o dando nos nervos – Amor...

Uma palavra as vezes causa impactos, essa é uma palavra normal, para muitos é cotidianas, porém os olhos violetas pareciam o encarar como se ouvisse a pior piada do mundo.
A cara do Lee era icônica, beirando entre sarcasmo, nojo e raiva.

– Você me chamou disso? Han Jisung, você tem ideia dos motivos que eu me afastei de você? Por anos você só me procurava quando queria sexo e agora que ficamos anos longe de sexo, você vem me chamar de amor? Você nunca me chamou assim! – Minho não gritava, mas demonstrava perfeitamente o quanto odiou o que ouviu.

– Você está se ouvindo? Você só sabia da empresa e trabalhar! Pelo menos queria um pouco de sexo com o meu marido! Era pedir demais? Você nunca tinha tempo para mim! Então quando tínhamos tempo eu queria aproveitar! – Jisung se defendeu, porém apenas viu a feição mais irritada do mais velho.

– Você é louco ou se faz? Han Jisung, era você quem não se importava comigo! Você só sabia beber e trabalhar! A única diferença entre nós dois, era que eu só trabalhava e você tinha tempo para beber. – Minho retornou a atenção ao computador, ignorando mais uma vez a existência do marido – Nós nunca nos amamos de verdade, Han Jisung... Não é atoa que mesmo após casados, não dividimos nem mesmo o sobrenome.

Jisung arregalou os olhos, era verdade, nunca quiseram dividir o sobrenome, pois isso significaria que ao se separar seria mais burocrático, mas se eles se amassem de verdade, iriam se preocupar com uma futura separação?
No fim das contas, casamento por interesse jamais dava certo, apenas para os negócios e as vezes nem para isso.

– Certo... Eu não o chamo mais assim. – sussurrou o Han, saindo do cômodo antes de fechar a porta atrás de si.

O peso caia em seus ombros, principalmente quando ouviu o soluço doloroso dentro do cômodo.
Por anos de casado, Jisung teve apenas poucas oportunidades de interagir com o próprio marido por mais de três horas, em todas as vezes que o ouvia chorar, era com seu pau enterrado dentro dele.

Nunca ouviu seu marido chorando de verdade, chorando por dor e agonia, por desespero e medo, como nesse momento ele chorava.
Seu coração apertou.

Em algum momento, será que Minho sonhava em um casamento perfeito?
Pensando nisso, Jisung nunca perguntou como que Minho se tornou pai solteiro, a esposa dele estava viva? Pelo que saiba sim, mas... Ela não era a mãe biológica de Felix... Como nunca perguntou algo tão... Sensível e importante? Era um idiota ou algo assim?

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