-- Como você está?
Depois da minha crise de pânico e o Slender ter me colocado para dormir, acordei mentalmente e fisicamente cansada, pelo menos não tive outra crise e evitava pensar nas minhas lembranças, mas a imagem dele passando no fundo da rua passava repetitivas vezes na minha cabeça, como um mal presságio ou uma tortura psicológica, como se o fato do Offenderman estar invadindo a minha casa não fosse o suficiente.
-- Eu não sei. -- fui sincera, "encarando" a entidade de terno. -- E... e a minha... mãe?
-- Ela ainda está no trabalho dela no hospital, não se preocupe.
Como ele achou essa cidade? Ou melhor, por quê ele está aqui? Me atormentar por aqueles anos não foi o suficiente?! Por quê ele simplesmente não me deixa em paz?!
Segurei meus cabelos com força enquanto voltava a chorar, estava prestes a ter outra crise, mas senti as mãos ásperas e meio ósseas pegarem nas minhas, fazendo-me soltar meus cabelos e dando minha atenção para o mesmo, a essa altura não me dava o trabalho de conter as lágrimas, elas caíam sem parar pelas minhas bochechas que um dia tiveram cor.
-- Pare de pensar nele, Laura. Eu já te disse, não vou deixar ele machucar você, não importa o que aconteça.
-- Mas se você matar ele, podem pensar que foi a minha mãe e vão tirar ela de mim também.
-- Eu não disse que seria preciso matá-lo para garantir que ele não machucasse mais você.
Um silêncio estranho ficou entre nós, não era desconfortável, apenas estranho, então Slender começou a fazer carinho em minha cabeça enquanto eu me acalmava aos poucos, evitando ter outra crise e tentando pôr minha mente em ordem, o que parecia ser impossível no meu ponto de vista, mas tentei mesmo assim. Nunca passou pela minha cabeça que eu veria o Jorge de novo, ele já está marcado o suficiente na minha vida, sempre acreditei que ele ficaria preso pelo resto da vida ou por tempo o suficiente para alcançar uma idade que o deixe a beira da morte, mas ele tinha algo que muda muita coisa na vida de uma pessoa, apesar de ser extremamente fútil no meu ponto de vista: o dinheiro.
-- Q-quando der a h-hora... você me leva para casa para ver a minha mãe? -- perguntei, precisava dela urgentemente.
-- Você não quer vê-la agora?
-- N-não quero incomodá-la no... t-trabalho.
-- Eu não acho que você seria um incômodo, não na situação em que você está, mas se é isso que você quer, assim será. -- ele disse, me pegando no colo e se levantando, fiquei um pouco assustada com a altura, mas não demorou para esse susto passar. -- A Sally quer te ver.
-- Por quê?
-- Primeiro ela queria brincar, mas ela acabou vendo as suas memórias enquanto você dormia e agora quer ter certeza de que você está bem.
-- Ela viu minha mente? -- ele assentiu. -- Ah, eu não queria despertar lembranças ruins nela.
-- Sally ficou mais preocupada com você do que com isso, você é uma amiga importante para ela.
-- Eu sou... importante?
-- Sim, e não só para ela.
As palavras do Slender aqueceram meu coração, dando-me vontade de chorar mais uma vez, mas eram lágrimas de alegria e não de tristeza, permitindo-me abrir um pequeno sorriso, o que não achei que fosse possível nesse momento, mas ter Slender por perto é reconfortante, me transmiti paz e segurança.
-- Eu.. eu quero vê-la também. -- falei depois de um curto silêncio entre nós. -- Pode ser, Slender?
-- Como quiser.
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Meu Melhor Amigo (Slenderman)
FanfictionA criança é o mais puro símbolo de inocência, o que resulta no senso de proteção de muitas pessoas, mas, as vezes, em vez do senso de dever, existe aqueles que possuem o desejo perverso e doentio de corromper essa inocência. Até onde pode ir a malda...