Capítulo 23: Um Ombro Amigo

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-- Tem certeza que não quer que eu fique te fazendo companhia?

-- Sim, mãe, não se preocupe. Eu vou ficar bem.

Mamãe realmente pediu demissão quando não conseguiu alguns dias de folga, o que me surpreendeu, mas ao mesmo tempo era bom saber que eu realmente era importante para ela, que ela realmente me amava, então não reclamei, afinal, passamos a ter mais momentos juntas depois disso, apesar dela ainda precisar sair para trabalhar no seu novo emprego em um pequeno mercado da cidade. Hoje a escola tá em reforma, para melhorar a segurança, e acabaram dispensando os alunos; se eu não me engano, uma garota do 1° do Ensino Médio acabou desaparecendo alguns dias atrás, que eu me lembre seu nome era Alex, ela já estava faltando um pouco fora do normal e foi para o hospital uma vez graças a uma crise de pânico, mas o estranho foi que ela desapareceu dentro da escola, o que causou um certo pânico no dia, afinal, o sequestrador ainda podia estar lá em algum lugar, esperando uma oportunidade para desaparecer com mais alguém, mas esse não foi o caso.

Provavelmente foi uma Creepypasta que sequestrou a Alex, mas quem seria tão ousado ao ponto de fazer isso na escola? Lá tem muitos olhos curiosos.

-- Tá bom então. -- minha mãe desistiu, suspirando derrotada. -- Mas se acontecer alguma coisa, não hesite em me ligar, está bem?

-- Entendido, mãe. Até mais tarde! -- dei um beijo em sua bochecha, recebendo um na testa em troca.

-- Até, meu amor. -- e ela foi.

Quando não estava mais vendo-a, tranquei a porta e encarei aquela casa solitária, seu silêncio as vezes parecia assustador, mas minha atenção rapidamente foi focada em um objetivo específico em cima do sofá, deixando-me confusa com sua aparição: era uma balinha. Me aproximei do sofá pegando o doce, era de morango, um sabor clássico, mas ainda estava confusa e me perguntando como havia parado ali, não me dei o trabalho de conter um grito quando uma mão pesada pousou no meu ombro, até dei um pequeno pulo de susto rapidamente me afastando, vendo aquele ser incolor rir como se tivesse visto a maior graça da história, expondo seus dentes afiados que poderiam facilmente me despedaçar junto de suas mãos que pareciam mais garras, mas ao mesmo tempo me senti um pouco aliviada por não ser o Offenderman ou alguma figura desconhecida, mesmo que o Jack não seja uma das melhores companhias, afinal, ele me deu um baita susto na última vez que nos vimos.

-- Aconteceu alguma coisa para você estar tão assustadinha desse jeito, pirralha? -- ele perguntou, recuperando aos poucos seu fôlego depois da gargalhada desenfreada.

-- N-não aconteceu nada, eu apenas não estava esperando. -- não acho que ele precise saber sobre a minha vida, nem somos próximos.

Mas ao mesmo tempo, ele não parece ser alguém totalmente mal, afinal, ele age como um grande amigo para Sally. Jack se aproximou de mim em passos lentos, tocando um de seus longos dedos na minha testa, me olhava com um olhar quase completamente indecifrável, parecia pensativo e ao mesmo tempo calmo, mas seu sorriso costumeiro não cobria seus lábios escuros.

-- Sou obrigado a concordar com você, não quero saber da história da sua vidinha, isso é problema para o Slender lidar. -- ele se afastou, deitando-se relaxadamente no sofá enquanto abria um doce que tirou do bolso.

-- O que tá fazendo aqui? -- questionei, estava realmente curiosa.

-- Não posso te visitar para dar um simples "oi"?

Isso tá muito suspeito... e estranho...

-- Não é a única que acha isso.

Mais uma vez, gritei pelo susto enquanto dava um pulo, virando-me para Splendorman, que parecia ter de assustado comigo, batendo a cabeça na divisória entre a sala e a cozinha, deixando sua cartola cair, a gargalhada de Jack voltou a ecoar pelo cômodo.

Meu Melhor Amigo (Slenderman)Onde histórias criam vida. Descubra agora