-- Mãe? -- a chamei, abrindo a porta de seu quarto. -- Você está bem?
-- Sim.. -- parecia que ela tinha acabado de acordar, sua expressão confusa era clara. -- O que aconteceu?
Como se explica para alguém que ela foi apagada e teletransportada por uma entidade de palhaço que não podia ser visto, e que ainda estava ali, em algum lugar da casa, observando tudo o que acontecia enquanto me esperava para conversar ou a aparição de Slenderman..? Bem, acho que vou deixar a parte sobrenatural de lado, a última coisa que minha mãe precisa é ficar envolvida nesse mundo sobrenatural e perigoso, ela já corre riscos de vida o suficiente para ter mais alvos em sua cabeça.
-- Nós.. nós fomos para o shopping e... ele estava lá. -- ao mencionar o homem, minha mãe rapidamente se levantou, aproximando-se de mim. -- A polícia apareceu e nós voltamos para casa, a mãe estava muito estressada, então veio dormir um pouco.
-- Eu não me lembro disso.. -- ela murmurou, confusa, deixando-me nervosa; não gostava de mentir para ela e tinha medo de que ela percebe-se. -- Você está bem, Laura?
-- Sim, não se preocupe. -- não era totalmente verdade, mas estava muito melhor que antes. -- Bem, eu apenas quis dizer que, caso acordasse e quisesse conversar, eu vou estar no quintal, ok?
-- Está bem. Quer que eu faça algo para você?
-- Eu estou bem, mãe! Não se preocupe.
Ela sorriu para mim e eu saí de seu quarto, descendo pelas escadas e indo para o quintal de fundo da casa, sentando-me no chão, aproveitando o vento agradável enquanto arrancava um pouco da grama, revivendo os últimos acontecimentos em minha cabeça como se estivesse me torturando, meu corpo estremeceu de forma automática, mas voltei a relaxar quando Jack apareceu ao meu lado, segurando uma flor peculiar: cada uma de suas pétalas tinha uma cor diferente, mesmo um pouco distante, conseguia sentir o seu cheiro de algodão doce e olhava curiosa para a flor que era girada na mão de Jack, seus olhos pareciam entediados enquanto observava o "item" em sua mão. Jack é bem estranho, as vezes demonstra preocupação e é amigável comigo, outras vezes demonstra desinteresse e passa um ar de ameaça, mas, uma coisa que percebi agora, é que ele está cada vez mais presente na minha vida, salvando-me do meu maior pesadelo: Jorge.
-- Você não tem coisas melhores para pensar? -- Jack pergunta, interrompendo meu raciocínio. -- E não crie muitas expectativas, eu só estou aqui para te proteger temporariamente, vou embora assim que o Slenderman aparecer.
-- Pode, por favor, não ficar lendo a minha mente? -- pedi, finalmente atraindo a atenção de seus olhos brancos brilhantes, mas, infelizmente, mortos e tristes. -- É desconfortável.
-- Deixe-me adivinhar: você faz essa exigência até para o Slender? -- fechei a cara com seu tom, fazendo-o sorrir divertido. -- Ah, olha só! A garotinha é exigente!
-- Não começa! -- reclamei, fazendo-o rir. -- A propósito, o que você fez com a minha mãe? Ela parecia muito cansada.
-- Relaxa, ela está bem, só está cansada porque não queria me deixar mexer em suas memórias.
-- Minha mãe lutou contra o seu "controle mental"?
-- Todo mundo resiste contra a manipulação mental, alguns são mais fortes que os outros, mas a maioria é fácil de mexer. -- ele explicou, parecia pensativo.
-- Você já fez vítimas nessa cidade? -- minha pergunta fez ele parar de girar a flor, como se não esperasse por isso.
-- Por quê a curiosidade?
-- Eu sei que todos vocês vagam pela cidade, mas não acho que você ficaria em um lugar tão.. "movimentado".
-- Acho que nós estamos sendo uma má companhia para você, tá falando como se as pessoas da cidade fossem apenas nossos possíveis brinquedos. -- ele me ofereceu a flor. -- É de chocolate.
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Meu Melhor Amigo (Slenderman)
FanfictionA criança é o mais puro símbolo de inocência, o que resulta no senso de proteção de muitas pessoas, mas, as vezes, em vez do senso de dever, existe aqueles que possuem o desejo perverso e doentio de corromper essa inocência. Até onde pode ir a malda...