Capítulo 08 Lucas

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Lucas.

Divinópolis, 16 de setembro de 2015.

Ela permanece um enigma para mim. Lucas ainda estava com o corpo vibrando de excitação enquanto dirigia de volta para casa, sentindo cada músculo pulsar, revigorado e intensamente vivo! Chegando em casa, precisou ficar um momento no carro, esforçando-se para não pensar no que acontecera sobre o capô do carro minutos antes, buscando serenar seu ânimo...

 __ Boa noite, Lucas, está tudo bem, meu filho?

__ Meu Deus! A senhora continua acordada, Dona Ana? Estou bem, sim. A festa durou, hum..., um pouco mais do que o esperado...

__ Sei... Você parece ótimo, então como foi? A moça da festa...


__ A senhora realmente me conhece, não é? Ela estava maravilhosa, dona Ana!

__ Sim, meu filho, conheço você desde pequeno, quando me mudei para a rua de sua mãe, disse ela com satisfação. Então me diga, essa ruga escondida aí, o que é?

__ A moça, Diane... Ela me confunde, de um jeito bom, mas continuo incerto...

__ Nossa! Parece que ela te conquistou! O que aconteceu? Digo, você pode me contar depois, se quiser dormir agora...

__ Nós nos beijamos, foi mútuo, eu sei, mas ela não quis que eu a levasse para casa, preferiu ir andando... Não é estranho?

__ Essa foi a terceira vez que vocês se encontraram, certo?

__ Sim, a primeira vez foi no cemitério, uma situação bem atípica, a segunda vez foi na praça, onde nos aproximamos naturalmente devido à Elisa, você conhece minha filha, ela é encantadora. Depois disso, conversamos por alguns dias só por telefone e hoje, pelo que notei, eu a surpreendi aparecendo na festa dela.

___ Então você acha que ela está fugindo de você ou apenas quer ir devagar? Nesse caso, desculpe o trocadilho, mas hoje, ela preferiu literalmente ir bem devagar para casa - disse com um risinho provocante.

___ Hum, vejo que não resiste uma piadinha, não é? Gosto de seu senso de humor, na verdade, você descobriu meu conflito. Hoje ela fez 35 anos, eu fiz 37 esse ano, não somos mais adolescentes, quer dizer as coisas não deveriam ser simples entre nós?

__ Entendo sua ansiedade, mas você parece esquecer que o tempo afeta a todos de maneira diferente. Diane deve ter seus traumas e medos; afinal, deixar de ser adolescente tem seus dois lados, meu filho.

__ Sempre tão perspicaz, adoro sua visão de mundo, mas agora é hora de descansar. Farei o mesmo.

__ Você está com um brilho nos olhos, rapaz! Proceda com cautela, ou poderá intimidar a moça. Pelo que sei, ela já enfrentou muitos desafios, não é verdade?

__ Boa noite, obrigado pelos seus conselhos. Apesar de às vezes brincar com meus conflitos internos, você sempre ganha pontos comigo, disse Lucas, enquanto beijava a testa de sua querida conselheira.

Em seu quarto, abraçado ao travesseiro, Lucas não conseguia dormir. Revirava-se na cama, enquanto a cena do beijo com Diane se repetia incessantemente em sua mente. A cada lembrança, seu coração pulsava acelerado; a expressão nos olhos dela, ardendo por ele, a mesma chama que Dona Ana percebera em seu olhar. Então, por que ela havia mudado tão abruptamente e fugido daquele jeito?

"Por que ela me enlouquece e depois foge?" [...]

__ Quem papai? Quem está fugindo do senhor?

— Elisa! Sua pequena travessa...

— Perdi o sono, papai. Sonhei com a mamãe; ela estava tão linda e disse para eu ser uma boa menina.

— Oh, meu anjo, venha cá. Durma aqui com o papai, mas só por esta vez, está bem?


                    ***

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