Capítulo 20

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Querendo gritar, mas a sua voz se foi

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Querendo gritar, mas a sua voz se foi.
Dias trancadas dentro de sua cabeça..
Não podendo olhar para cima, porque seu mundo está pra baixo.

Hold on - Extreme Music.

Abrir os olhos nunca foi tão difícil como hoje, pela primeira vez em muito tempo sei o que é aproveitar o fim de um sono. Me aperto um pouco mais ao corpo quente e cheiroso embaixo de mim, um suspiro saiu da minha boca e viro o meu rosto para o outro lado quando uma mão continuou a tocar os meus cabelos lentamente e eu nunca me senti tão bem.

Minha mão toca uma pele quente e sinto alguém se mexer perto de mim. Merda, merda, merda! Minha mente começa a se readaptar e as imagens de ontem me vem à mente, tudo que aconteceu... a forma como ele me abraçou quando mais precisei, o jeito que o James me olhou e me fez rir quando tudo estava desabando a minha volta. Levanto rápido, quando me dou conta do absurdo que cometi. Eu deixei explícito a minha fraqueza. Deixei ele se aproximar. Chorei com os seus braços envolta de mim! Que merda, ele vai pensar sobre tudo isso?

— Jessica. — Ele me olha sem entender e se levanta rápido tentando dar um passo em minha direção.

— Por favor... Não faça isso! — Peço engolindo em seco e com os meus dedos tremendo conforme o encaro. Os olhos do James se suavizam e seu maxilar trinca no momento que ficamos um encarando o outro.

— Você não precisa sustentar tudo sozinha. — Começa e não querendo ouvi-lo, viro as costas correndo para o banheiro. Assim, que a porta bate, me encosto no objeto frio e deixo um soluço sair de mim no momento que as cenas invadem minha mente: a chuva pesada, o carro girando, os gritos ao meu lado, o barulho dos tiros... O fogo subindo pelo os meus pés... o sangue escorrendo pelas minhas pernas.

— Eu não posso.. — Sussurro para mim mesma no momento em que o sufocamento toma o meu peito, as lágrimas descem pelo o meu rosto e não consigo detê-las. Puxo o ar pela a boca e seguro o chão com a minha mão aberta, o sentimento doloroso vem a borda e me faz lembrar o quanto aquilo ainda doía, as memórias tão vívidas que me fazem padecer ao invés de sorrir como recordação.

Forço tudo voltar para dentro, puxo uma respiração e mais lágrimas saem pelos os meus cernes, outro soluço se reverbera pelo o ambiente frio do banheiro e a culpa se reverbera pelo o meu peito e mente. Por mais que eu queira não sair, os meus sonhos viraram pesadelos que me assombram para eu não esquecer o que eu causei. Por mais que eu tente, não sei como viver carregando isso, é difícil e a cada dia parece ser mais desgastante. Eu me pergunto o motivo pelo qual eu tive que ser a única a sobreviver, será que eu não poderia ter ido junto também? Eu já tinha perdido tudo mesmo!

Em uma tentativa de me acalmar coloquei a minha cabeça entre os joelhos e tentei o máximo que podia respirar, foi assim que os médicos me insiram tentando aliviar as crises de pânico. Eu preciso ser forte. Você sobreviveu aquilo tudo, então vai sobreviver agora, também.

Apaixonado por você. ( Em Revisão!) Strangers To LoversOnde histórias criam vida. Descubra agora