Eu sempre sonhei em ser uma agente do FBI e quando consegui realizar o meu maior desejo, o destino brincou comigo, me usou como um tabuleiro de xadrez e derrubou todas as minhas peças destruindo tudo dentro de mim.
No fundo sempre soube que tudo qu...
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Sentei na cama e peguei o meu celular para ligar para os meus pais, fazia muito tempo que eu não conversava frente a frente com eles, normalmente respondia as suas mensagens diárias dizendo que estava bem, sem de fato estar. Eles não mereciam ser tratados da forma que eu os tratei, não deveria ter afastado daqueles que sempre apoiaram tudo que eu quisesse fazer. Fui uma pessoa egocêntrica e só pensei na minha dor, me distanciando daqueles que me amava e que também estavam sofrendo pelas muralhas que ergui, no entanto o primeiro passo para se permitir curar era enfrentar os meus maiores medo e admitir a verdade.
— Você acha que eles vão gostar de mim? — Meus pensamentos são interrompidos pela voz do James que me encara nervoso. Normalmente, ele era sempre super entusiasmado, mas percebi que o tom que usou estava diretamente ligado ao seu passado.
— Como você disse antes, assim como os seus pais, os meus também só desejam a minha felicidade. — Ele passa as mãos pelos seus fios pretos bagunçando tudo e sorri com o ato mesmo que eu tenha acabado de passar o pente pela as suas madeixas.
— O que você achou dessa camisa? — Olhei para ele fitando a cor. — Eu deveria trocar, não acha? — Questiona e abro os meus braços em sua direção.
— Venha aqui, James. — Apontei para o meu lado, dando umas palminhas na cama.— Não precisa se preocupar com a cor da camisa, eles vão gostar de você, só respire e aja normalmente. — Aviso, mas aquilo não pareceu tirar do seu estupor, então o beijei rapidamente dizendo com ações o que estava afirmando com palavras. — Eu amo você, James. E, mesmo que os meus pais dissessem que eu não deveria ficar com você, algo que eles não vão dizer, mas se porventura isso viesse a acontecer, escolheria ficar com você, porque quero viver os restante dos meus dias ao seu lado e deveria ter dito isso muito antes, afinal não existe um momento certo para proclamar o nosso amor, não quando o sentimentos tão forte e quente em nosso peito.
Sem esperar que ele me dissesse algo de volta, disco a chamada e espero ser atendida por eles, o que não leva muito e quando minha mãe atende vejo a surpresa irradiar pelo os seus olhos. Fazia dois anos, dois anos que não nos falamos pessoalmente e sempre que isso surgia dizia que estava ocupada e mandava recados pelo o Willian, quando na verdade estava com medo de desabar na frente deles.
— Oi, mamãe. — Digo e vejo suas órbitas encherem de lágrimas. — Me desculpe por não ter ligado antes. — Murmuro lentamente e com receio que eles não me perdoem pelo o meu afastamento, mas logo que esse pensamento veio ele se desfez, porque o rosto amoroso da minha mãe ainda me encarava da mesma forma que antes.
— Eu e o seu pai entendemos querida, não precisa se explicar. — Ela respira fundo e me encara. — Você precisava de um tempo para colocar a cabeça e os seus sentimentos em ordem, foi um longo tempo? Foi. Mas, pelo jeito, deu tudo certo. — Diz dessa vez apontando para o homem ao meu lado.
Sim, mãe. Deu muito certo!
O destino brinca com as pessoas e as machuca durante o longo processo, mas quando nos permitimos curar tudo melhora e volta pro lugar e aquela dor não apagará completamente, porém você vai conseguir sobreviver e conviver com o seu passado tentando lembrar das memórias felizes.
