Eu sempre sonhei em ser uma agente do FBI e quando consegui realizar o meu maior desejo, o destino brincou comigo, me usou como um tabuleiro de xadrez e derrubou todas as minhas peças destruindo tudo dentro de mim.
No fundo sempre soube que tudo qu...
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Abrir as janelas do meu quarto deixando o brilho noturno ser a única luz presente no ambiente e fiquei na varanda esperando a Jess chegar, o céu estava com pouquíssimas estrelas hoje e a forma como estava nublado indicava que logo logo ia chover. Minutos se passaram e estava quase cogitando ir para dentro quando escutei finalmente a porta de ligação abrir.
— Eu quase não te encontrei aqui, parecia que eu estava em uma caverna, James. — Escutei a sua belíssima voz atrás de mim e me virei para encará-la.
— Queria aproveitar a luz do luar. — Respondo e ela se aproximou sorrindo, contudo ainda hesitante, parecia existir algo que a contia a cada segundo de se extravasar. Observo o seu rosto com atenção quando ela para ao meu lado e fico pensando no quê a minha garota está pensando.
— A vista é belíssima, mesmo com metade da beleza apagada pela escuridão. — Argumentou levantando o rosto para encarar o céu e resolvi quebrar o silêncio, mesmo que fosse horrível estragar o clima perfeito com o meu desastre infantil.
— Eu tinha sete anos quando o meu avô morreu, ele era o único que cuidava de mim, os meus progenitores só pensavam em viajar pelo mundo gastando milhares de dólares. Naquela época, meu avô ainda comandava a empresa da família e eu era feliz, muito feliz, até que um dia tentaram roubar o carro dele e ele foi assassinado.
— Deve ter sido horrível para você, sinto muito. — Balanço a cabeça afirmando, pois realmente foi. Respirei fundo tentando não lembrar das diversas cenas que eu era magoado por eles. — Na minha cabeça eu ainda tinha os meus pais e foi aí que eu comecei a tentar de todo custo chamar a atenção deles, eu era apenas uma criança que queria ter a atenção e o amor de alguém. Era difícil ver os outros pais levarem seus filhos na escola, nas apresentações escolares e você sozinho, enquanto todos os professores te olhavam com pena. — Puxo o ar outra vez e foco na história. — Me lembro que teve uma vez que era para os alunos levar o seu pai e apresentar a profissão deles para a turma, fiquei tão empolgado, achando que eles iriam aparecer e por mais que uma parte minha sabia que eles não iriam, tentei ser positivo. Os pais se apresentaram e eu fiquei lá, sozinho, no fundo da sala, vendo o orgulho de todos os pais perante seus filhos, menos os meus. Mesmo assim, eu não desisti, os anos foram passando, enquanto eu tentava várias técnicas diferentes, uma nova forma de mostrá-los que eu era suficiente que precisava de um simples carinho vindo deles. Hoje eu entendo que eles nunca chegaram a me amar, apenas era um meio para o fim, um simples herdeiro e percebi isso de uma forma cruel aos 11 anos. Tirei a maior nota da sala, e ... fui todo o caminho segurando a merda do boletim, mostrei a Elisa que simplesmente jogou o papel na minha cara e mandou melhorar, porque eu ainda continuava um imprestável, além disso ela também jogou na minha cara que agora teria outra pessoa para ocupar a vaga da presidência dos Beckers. Ela não anunciou que eu ia ter um irmão e sim um concorrente e por mais que ela tentasse me virar contra o meu irmão, não funcionava. Amei o Ethan no momento que eu o vi chegando em casa.
