Capítulo XXIV

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Rebecca Oliveira:

Minha vó estava sentada ao meu lado contando como foi difícil entrar no hospital e que tinha uma multidão chamando pelo Pedri. Gavi tentava acalmar o moreno que estava apavorado.

— Eu sou acostumado com muitas pessoas em cima de mim só que, agora é uma situação totalmente diferente. — Pedri diz suspirando e eu vou até ele.

— Vai dar certo González. — segurei seu rosto. — Vamos passar por isso juntos, já estamos enfrentando dores demais sozinhos.

— Eu não quero te machucar, já te machuquei demais. — suspirou. — Meu sobrenome foi o motivo da morte de sua mãe, eu não posso deixar que carregue esta dor.

Ele chorava. Chorava muito. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, ele se virou ficando de costas. Pedri não conseguia me encarar, ele se sentia culpado por algo que ele não tinha culpa.

Me aproximo dele e o abraço por trás, forte para que ele não se solte. Encosto minha cabeça sobre suas costas e digo:

— Não se afaste de mim, não me deixe sozinha. — apertei ainda mais. — Você não é culpado e mesmo que se sinta culpado não se afaste de mim. Me ame, me ame com intensidade e cuide de mim que eu cuidarei de você, estou aqui para cuidar da sua dor e da sua ferida.

Ele se vira pra mim e retribuí o abraço.

— Vou te proteger desse povo desocupado González, vou fazer você entender que não é culpado e que eu Rebecca Oliveira preciso do meu moreno ao meu lado.

— Eu te amo, sério eu não sei como eu enfrentaria tudo isso se você não tivesse me perdoado e tivesse virado as costas para mim.

— Eu não te odiei, eu só fiquei magoada e tudo me fez te culpar. — beijei sua bochecha. — Me sinto mal por isso.

— Tá tudo bem linda. — ele deixa um beijo no canto da minha boca.

— O casal vai parar de melação ou querem que eu vá pegar papel higiênico? — Gavi pergunta e Pedri mostra o dedo do meio pra ele. — Fernando chegou Pedri.

Pedri suspirou quando viu o irmão entrar e logo se aproximou do mesmo abraçando com força, novamente ele começou a chorar e o irmão dele sussurrava coisas em seu ouvido.

Me aproximei da janela e vi a multidão com vários cartazes, alguns até diziam "Justiça pelas vítimas", bando de hipócritas. Até uns dias atrás estavam parabenizando Pedri pelo ótimo desempenho na seleção espanhola e hoje estão aqui julgando sem saber.

Me virei encarando Pedri que ainda continuava abraçado com o irmão, ele tá enfrentando tantas coisas, está passando por tantos problemas. Se olharmos bem para ele é perceptível o quanto está exausto e esgotado.

Meus olhos lacrimejaram, me viro novamente para a janela e passo a mão sobre o gesso. Se eu ainda fosse criança eu estaria pedindo as assinaturas dos meus amigos para por aqui. Sempre tive esse sonho.

Respirei fundo para não desabar ali mesmo, eu tinha que ser forte — ou melhor tentar não é mesmo!? Pelo Pedri.

Sinto Gavi se aproximando, ele passa as mãos pela minha cintura e me abraça forte enquanto escora minha cabeça em seu ombro.

— Não fique olhando esses cartazes. — ele diz e depois encerra o abraço. — Sabe, — ele encara Pedri. — Ele sempre foi chorão, ele tem muita dificuldade de lidar com os problemas.

Yellow - Pedri González Onde histórias criam vida. Descubra agora