Rebecca Oliveira:
- Caralho Becca. -- a voz rouca de Pedri te fez arregalar os olhos e virar-se para trás. - Quase viu o Pedri Juniors.
Aquela frase te fez sorri minimamente mais logo o desespero veio a tona de volta, aquela sensação ruim de anos atrás estava de volta.
- Desculpa, eu não sabia que estava aqui no banheiro. Aliás o que faz aqui? -- falou secando uma lágrima solitária.
- Ué, eu é que te pergunto, o que você faz aqui no banheiro masculino!? -- a voz de Pedri era tão serena que me acalmava.
- É o banheiro masculino? -- perguntei surpresa.
- Ainda não se acostumou com o CT? -- ele indagou e eu neguei.
- Não é isso eu só não prestei atenção, eu só queria fugir. -- a frase saiu tão rápido que depois me amaldiçoei por ter dito.
- Fugindo de quê? De quem? Estava chorando? Alguém te machucou? Quem foi?
A preocupação do garoto te fez dar um passo em direção a ele.
- Primeiro o senhor deveria fechar a porta do banheiro antes de usá-lo. -- iniciei. - Segundo ninguém me bateu eu só encontrei alguém que eu não queria ver...
- Seu ex? -- ele tentou fingir indiferença mais era nítido o olhar de nojo estampado em seu rosto.
- Não. -- sorri com a expressão do garoto. - É o ex marido da minha mãe.
- Então é seu ex-padrasto? -- ele perguntou e eu concordei. - Ele te batia né? Ele tentou ou forçou você há algo?
- Por que está me perguntando isso? -- indaguei desviando o olhar para a logo do Barcelona na camisa do garoto.
- Porque você não quer vê-lo, ou ele batia em você, ou na sua mãe, ou te forçava a algo. -- falou levando as mãos até meus ombros.
Droga meus olhos marejavam e um misto de emoções surgiam no meu peito, o medo de ser julgada por ele e por mais alguém.
Pedri González:
Meu peito doía por vê-la assim tão vulnerável e triste, o rosto da jovem estava levemente vermelho por conta do choro. Me aproximei abraçando a garota com toda força que eu tinha para passar algum tipo de conforto.
Eu odiava ver alguém chorando desde que eu era pequeno, só que agora era diferente, ver Becca ali aos prantos era como se uma parte de mim também estivesse morrendo. Era como se eu estivesse sendo despedaçado de todas as formas possíveis e existentes na Terra.
- Eu não me sinto bem pra falar sobre isso ainda... -- a garota falou e eu depositei um beijo no topo da sua cabeça e levantei seu queixo para encarar suas órbes azuladas.
- Tudo bem linda, não precisa falar agora. -- tentei acalma-la. - Quando se sentir preparada estarei aqui para te ouvir.
- Obrigada. -- ela me abraçou ainda mais forte.
Ficamos assim por mais alguns minutos até que eu lembrei que tinha treino. Eu não queria me afastar porém eu não posso simplesmente jogar tudo pro ar e ficar ali, se eu fizesse isso o Xavi iria comer meu cu.
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Yellow - Pedri González
FanficQuando seu mundo está em cinza, é muito difícil dar uma nova coloração a ele. Percas, decepções, problemas, é tudo tão sufocante que chega a ser impossível dar uma tonalidade viva para o mundo dentro de nós, mais como sempre dizem: Ainda há esperanç...