Capítulo XXVII

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Você se trancou no banheiro
Estava caída no chão quando eu entrei
Eu te puxo para sentir seus batimentos
Você pode me ouvir gritando: Por favor, não me deixe?

Espere, eu ainda te quero
Volte, eu ainda preciso de você
Me deixe pegar a sua mão, eu vou consertar tudo
Juro te amar por toda minha vida
Espere, eu ainda preciso de você

Numa longa estrada sem fim
Você está em silêncio ao meu lado
Conduzindo um pesadelo do qual não posso escapar
Rezando sem esperança, a luz não está apagando
Escondendo o choque e o frio em meus ossos

Hold on. Music.

AVISO IMPORTANTE:

Esse capítulo contém gatilho, uso de drogas e uma suposta morte. Se você é sensível recomendo ler até a metade do capítulo, obrigada pela atenção. E escutem a música da multimídia.

Rebecca Oliveira:

Subimos para o quarto logo após uma longa conversa com os meninos, todos já haviam ido embora e aproveitei que o Pedri estava assistindo para ir tomar um banho.

A água estava morna e meu corpo agradeceu quando entrei na banheira e me permiti relaxar, infelizmente foi o momento em que lembrei da minha mãe. Lembrei que ela não estava mais aqui.

Segurei as lágrimas para não preocupar o Pedri, ele já estava tendo problemas demais. Peguei uma tolha e sai do banheiro, escutei fungados e arregalei os olhos quando vi que o Pedri estava chorando, ele tentava se acalmar.

Ele tinha tentado passar o máximo de confiança para os meninos mas agora, só era nós dois. Ele podia por pra fora, eu odiava vê-lo chorando e isso pra mim era mais um motivo para desabar.

Me aproximei calmamente dele e toquei seu rosto, delicadamente ele levou as mãos até as minhas e as retirou de seu rosto. Em nenhum momento ele me encarou, parecia pensar no que fazer, pensar em algo que o libertasse dessa dor.

Me ajoelhei diante dele e ele finalmente me encarou, ele me deu um sorriso fraco mas vi seus olhos cheios de lágrimas. Isso era agonizante, era um tormento vê-lo assim.

- Amor, fala comigo. - pedi quase inaudível. - Não sou a melhor pessoa em conselhos, mas posso te ouvir.

- Meu mundo está desabando, sabe aquele filme do divertidamente? - ele pergunta e eu confirmo. - Aquela cena em que todos os mundos e memórias felizes da menina desabando representa minha vida.

- A menininha se entrega as tristezas e abandona sua família e amigos, você é totalmente diferente, você é o protagonista que cuida de todos, guerreiro e que não desiste fácil.

Ele fica em silêncio.

- Meu coração também está despedaçado, e o único motivo que me fez continuar foi a sua força. Você é minha estrela guia González.

- Você é tão incrível Becca, sério, você me dá força. - ele tenta segurar as lágrimas. - Você acha que meu pai um dia vai se arrepender?

- Acho que ele já se arrependeu. - falei me levantando e sentando em seu colo.

- Sabe eu acho que não vou conseguir suportar, eu sei que o motivo da sua dor sou eu e...

- Para com isso González, eu já te disse que você não é culpado.

Yellow - Pedri González Onde histórias criam vida. Descubra agora