Capítulo XXVI

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Pedri González:

O homem me encarava meio inerte, ele ponderava sobre contar a verdade ou insistir na mentira. Ele sabia que já tinha acabado com toda a confiança que eu tinha, se escolhesse mentir seria apenas para nós afastar de vez.

Eu tinha esperanças de que ele falasse a verdade e se arrependesse, ele iria pagar pelos crimes e depois quem sabe um dia eu não conseguisse perdoa-lo, mas esse perdão dependeria muito da Becca.

Enfim isso não vem ao caso agora, o que eu quero saber é de toda a verdade e que isso seja o mais rápido possível pois tem pessoas se machucando PM toda essa situação.

Minha mãe é uma das pessoas que mais está abalada, praticamente fomos enganados uma boa parte da vida e agora eu me pergunto: Ele já chegou a amar ela alguma vez? Ou foi só uma coisa de momento ou obrigação pela gravidez e nascimento do Fernando?

Minha linha de pensamentos é interrompida quando o homem abri a boca para falar, ele encara a mesa que nos separa, respira fundo e por fim ergue o olhar.

— Não só tive envolvimento como também presenciei e participei da morte de uma das vítimas.

— Qual das vítimas? — perguntei mesmo sabendo a resposta e no fundo eu torcia pra que não fosse na morte da tia Fran.

— A Fran, eu a segurei evitando qualquer movimento bruto dela, não matei diretamente apenas segurei o Dom fez o trabalho sujo. — ele encara o teto, seu olhar era frio e em nenhum momento ele ousou olhar para mim.

Ouvi soluços da minha mãe e temi pois se ela continuasse nesse ritmo iria passar mal e tudo que eu menos quero é voltar para aquele hospital sufocante.

— A quanto tempo vocês planejavam isso? Onde e como começou a interagir com o Dom? Tinha mais alguma pessoa envolvida? — fecho as mãos com força e sinto as unhas dos meus dedos perfurando a palma da minha mão.

— Uma pergunta de cada vez Pedri. — Fernando meu irmão fala enquanto toca no meu ombro.

O delegado encara meu pai esperando resposta e o homem suspira me encarando antes de responder os meus questionamentos.

— Desde antes da viajem para o Qatar, na verdade desde quando você conheceu a Rebecca. Ela era a
Vítima que queríamos matar. — ele me encara com cuidado mais ainda sim frio. — Conheci o Dom através da Rana, contei a ela o que o Dom fez pra Rebecca e ela teve a idéia de usá-lo. Desde então passamos a interagir.

— Então essa tal de Rana é uma criminosa também? Está envolvida? — o delegado pergunta.

— Ela é a mandante de tudo. — ele diz. — Minha companheira e a mulher que eu amo.

Meu coração acelera e encaro minha mãe que se mantém séria e se controlando para não chorar, ergo as mãos sobre a mesa e entrelaço meus dedos.

— Porquê fez isso tudo? — indago.

— Eu sempre amei a Rana, só construi uma família com sua mãe porque a gente se envolveu e ela engravidou e fui obrigado a casar com ela. — ele fala como se fosse óbvio. — Rana pediu dinheiro e você era nosso método infalível para isso.

— E o que a Becca tem a ver? — meu irmão indaga.

— Ela estava no nosso caminho e sobre o pai da Ruby foi um trato da Rana, não sei de fato o que motivou a matar ele.

Yellow - Pedri González Onde histórias criam vida. Descubra agora