Yellow - Pedri González

Capítulo XXIII

AVISO IMPORTANTE:
Contém gatilho se você não se sente bem ou é sensível pule o capítulo. Não é muita coisa mais é bom prevenir.

Pedri González:

Encaro Becca abrindo os olhos lentamente ela fica totalmente paralisada como se tentasse recordar o que aconteceu nos últimos minutos. Estávamos no hospital, ela e a Ruby não estavam em sã consciência.

Só pude trazer as duas para o hospital depois que a polícia foi fazer a perícia lá no apartamento da Becca, imagino como pode estar sua mente, quase morreu no dia do funeral da mãe.

O que mais me deixava tranquilo era que aquele homem estava morto, Ruby teve que ser medicada pois ela estava paralisada no meio da sala sem nem piscar um olho.

Percebo que Becca arregala os olhos e levanta o corpo de vez e pela careta que fez ela com certeza sentiu o braço que agora estava engessado, ela olha pra mim mais uma vez me sinto culpado por tudo que aconteceu com ela.

— Ruby, cadê a Ruby? — ela indaga e eu aponto para a maca ao seu lado. — Ela tá bem? Não culparam ela né?

— Estão esperando vocês se recompor para poder coletar informações e depoimentos. — desvio o olhar do seu e encaro o chão.

A verdade é que eu não sabia exatamente o que sentir, eu me sentia culpado e estar ali me fazia pensar que eu poderia fazer mal pra ela e isso era tudo o que eu não queria.

Me levanto e encaro a porta, Becca acompanha todos os meus movimentos lentamente me aproximo da porta e quando minhas mãos tocam a maçaneta a voz doce dela me chama.

— González. — viro um pouco o corpo mais não totalmente. — Fica aqui.

— Eu sei que já te fiz muito mal Becca, juro que nunca foi minha intenção. — respiro. — Vou ligar para o Gavi e ele vai te fazer companhia.

— A gente precisa conversar. — ela diz e eu me viro completamente. — Tem muita coisa pendente entre nós.

Nesse momento a Ruby se acorda e encara nós dois.

— Não acho que esse seja o momento de conversar, você não está bem e...

— Todos nós precisamos conversar. — Ruby se intromete. — Principalmente vocês dois, vamos fazer isso agora.

Me aproximo da maca da Becca e me sento na ponta, começo a brincar com meus dedos tentando pensar por onde exatamente devo começar, estou nervoso e na minha mente só se passa meu sobrenome naquela autópsia o que me deixa ainda mais triste.

— Pedri, você não é culpado. — Ruby diz e Becca encara meus olhos. — Eu vou começar.

Becca concorda e afasta as pernas abraçando as mesmas, em nenhum momento ela desviou seu olhar de mim, o que me fez pensar que ela estava me julgando de várias formas.

Sem que eu percebesse uma lágrima solitária escorre pelos meus olhos e os fecho fortemente, sinto uma mão sobre a minha e vejo Becca próximo a mim tentando me passar força quando na verdade ela precisa mais que eu. Ela é forte. Muito forte.

— Acredito que estamos todos fodidos. — Becca diz e eu sopro um riso.

— Primeiro eu quero pedir desculpas, meu inferno ainda não acabou. — Ruby diz e eu encaro ela. — Minha mãe ainda está livre pra me infernizar, ela tirou tudo de mim.