Divisão - Luiza

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A semana passou e finalmente chegou o dia dessa bendita viagem. Já estava imaginando ficar uma semana convivendo com um monte de gente desconhecida. 

Depois de sair do nada com a Duda naquele dia, Valentina ficou sem falar comigo por 3 dias

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Depois de sair do nada com a Duda naquele dia, Valentina ficou sem falar comigo por 3 dias. Eu não sabia o que pensar. Em um momento parece que eu sou tudo o que ela sempre quis, no outro é como se tivesse um abismo entre a gente. Vai ser sempre assim?

No caminho para casa dos pais do Igor, uma galerinha muito animada se entretinha no fundo do micro-ônibus, a maioria se conhecia, todo mundo interagindo, menos a Valentina. Fiquei reparando de longe. Parecia até outra pessoa dentro do corpo dela. Ficou sentada afastada de todo mundo com fone no ouvido.

Depois de um tempinho ela veio pro fundo, pegou uma cerveja e ficou em pé do lado de um cara que antes dela vir estava contando várias piadas sem graça. Não é que eu seja antissocial, só não tenho muita paciência com o humor hetero.

Primeiro que esse Apolo estava me olhando sem parar, já estava ficando incomodada. Talvez seja coisa da minha cabeça, mas enquanto ele e Valentina conversavam, parecia que em certos momentos estavam falando de mim. Instantes depois ela volta pra frente, coloca o fone e retorna pro livro.

Parecia que eu estava em um reality show, quem estava solteiro queria formar casal. Só tinha hereto. Que terror. Seria muito estranho se eu saísse do nada e me isolasse igual a Valentina?

Não resisti, me levantei e sentei ao seu lado.

Ela tem muita facilidade pra flertar, começamos a conversar e eu já sabia o rumo que tudo aquilo iria tomar, mas não saia da minha cabeça que ela ficou mais de uma hora desabafando com a Duda e comigo não falou o mínimo. Tive que fazer algo pra ver se ela toma uma atitude. Eu não vou ser enrolada novamente. Dou um ultimato. Saio do seu lado. Ela se estressa, parece uma criança.

Seguimos viajando e quando olho pro lado, ela estava com a cabeça encostada na janela, lembrei do dia que ela estava bêbada, sorri sozinha. Como é linda dormindo.

E acordada.

*******

Chegamos na casa e pai do Igor já estava lá esperando a gente. O resto da família chegaria depois. Pelo que entendi poucas pessoas por parte do pai deles. Um casal de tios e alguns primos. O resto só viria no dia do aniversário. Valentina desce do ônibus e dá um abraço apertado no pai. Igor apresenta todo mundo.

- (...) e essa é a Luiza. (Igor fala com o pai.)
- Luiza? (O pai da Valentina olha pra ela.)
- Sim. (Valentina balança a cabeça, ainda trocando olhares com seu pai.)
- Prazer Luiza, me chamo Marcos. (Ele segura minha mão e sorri pra mim.)

Dou um sorriso sem graça. Não entendi o que acabou de acontecer.

Igor mostra o lugar pra todo mundo. Fiquei boquiaberta. Salas aconchegantes, uma cozinha maravilhosa, 6 quartos (contando com um que ficava nos fundos), uma piscina enorme, um jardim lindo, alguns sacos de terra e uns produtos parecido como os que Valentina levou pra cuidar do jardim dos meus pais.  Era a casa dos sonhos. Estranho estar no lugar que a Valentina cresceu.

Depois de apresentar a casa o Igor explicou como ficaria a estadia. Descobri que dividiria o quarto com todo mundo que veio naquele micro-ônibus. Sim. É um pesadelo. Já estava imaginando o povo transando de noite, toalha molhada em cima das minhas coisas, ronco de homem, mal cheiro, bagunça, a falta de privacidade... TUDO ISSO POR UMA SEMANA! E se esse Apolo dar em cima de mim? Ainda tinha isso. 

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