Equilíbrio - Luiza

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Valentina ficou a tarde toda finalizando seu projeto. Tomamos café juntas e assim que ela subiu Eduarda veio ao meu encontro. Estava muito ansiosa pra saber como foi minha noite... Sempre que saiamos com alguém, antes dela namorar, eu, ela e Carol nos reunions em sua casa para avaliar cada aspecto da outra pessoa. Com o passar do tempo Igor e Roger foram tirando nota máxima, até que chegou o dia em que eu era a única solteira do nosso grupinho de 3.

- Amiga, e aiii? (Duda pergunta batendo as mãos e balançando a cabeça.)

- A resposta é não.

- Não? Não o que? (Ela levanta a sobrancelha.)

- Valentina não é impotente.

Rimos.

- E foi bom?

- Amiga... você não tem noção. Ela é boa demais. Juro pra você, eu não queria falar assim... mas eu não tenho outra palavra pra falar.

-Fala logo, Luiza. (Duda me da um tapinha no braço.)

- Nunca fui tão bem comida em toda minha vida.

Duda me encara boquiaberta.

- Sério?

- Seríssimo! Não vou saber explicar com palavras.

- Ah, vai! Pode ir falando. Ela é isso tudo mesmo? (Duda nem piscava.)

- Até mais.

- Viu que te disse que a família Albuquerque tem borogodó. (Ela me da um beliscão.)

- Se forem todos iguais a Valentina... (Suspiro e sorrio revirando os olhos.)

- Estou passada com você.

- Sabe o que é melhor? Ainda acho que ela pode fazer mais.

- Como assim?

- Teve um momento específico que não vou dizer detalhes... mas ela sussurrou em meu ouvido "ainda não é o que está pensando" ou seja...

- Eu estou arrepiada. (Duda me mostra o braço.)

- Que mulher, Eduarda. Que mulher.

- Conta mais Luiza, quero detalhes.

- Mais detalhes? Ai já é demais.

- Conta só um pouquinho, Lu.

- O que você quer saber?

Duda me perguntou todos os absurdos que possa imaginar. Claro que não falei muitos detalhes minuciosos, mas a mantive bem informada, como de costume.

A casa estava cheia, mas ao mesmo tempo não estava, parece que todo mundo tinha planos particulares. Igor insistiu muito para que fossemos em uma soverteria provar o melhor sorvete de morango do planeta, segundo ele. Não tive muita escolha. Fui. Passei o dia todo sem minha estúpida. Senti tanta falta.

Quando volto da soverteria entro no quarto e encontro a Valentina dormindo em cima do notebook quase o partindo ao meio. Tento puxar devagar, ela acorda desesperada achando que tinha perdido tudo o que tinha feito. Ela me mostra o tão trabalhoso projeto, que talento, não falo isso da boca pra fora. A visão dela é impressionante. Escuto ela falar com paixão sobre seu projeto enquanto me mostra os aspectos de suas fotos. Conversamos um pouco, estava sentindo uma leve dor na cabeça, infelizmente não transamos.

******

Acordei no dia seguinte e Valentina não estava do meu lado. Nem me lembro que horas peguei no sono ontem. Fico na cama terminando de acordar. Onde será que ela foi? Penso. Olho pro lado e aliso a cama. Com um movimento involuntário trago seu travesseiro pra perto de mim. Sinto o cheiro dela impregnado, quando percebi estava abraçando um pedaço de espuma forrada, pensando nela. Me tornei a pessoa que mais temia, uma das meninas do Vale News caidinha pela Albuquerque, será que estou ficando maluca?

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