Capítulo 15 - O Noivado

218 31 2
                                    

RÔMULO

Donna me puxa pela mão e quando entramos na sala ela sorri e me abraça. Eu a olho e vejo outra pessoa, não era a Donna apaixonada de minutos atrás.

Consegui perceber a diferença, seu sorriso era "engessado", ela desfilava entre um grupo e outro, era uma sereia com pernas.

Só via minha morena novamente quando ela se aproximava de seus pais. Mas logo ela saia e voltava a ser a Juíza, a mulher que comandava tudo que podia.

Ana vem até a mim e pergunta como irei fazer.

-Acredito que vou pedir um brinde, e acho que já está passando o momento, inclusive.

-Quer que eu peça para os garçons servirem a champagne?

-Sim, por favor, Aninha obrigado. Que bom que tenho você! -Ana sai e no mesmo segundo escuto a voz de Donna.

-Que bom saber que você a tem. -Sua voz era desconfiada.

-É forma de dizer. Mas parece que você não gosta da minha simpatia por Ana.

-Eu não gosto? -Ela sorri para alguém e quando eu viro é um advogado que acabara de chegar. -Não me importo, também tenho os meus.

Ela sai e recepciona o homem que havia entrado na sala.

-Filho estou querendo ir, estou cansada.

-Mãe, por favor, me dê mais uns minutos. Quero que esteja aqui quando eu...

-Você o que meu filho?

-Rômulo está aqui. -Ana me entrega uma garrafa de champagne.

-Obrigada Aninha. Mãe de mais uns minutos, certo?

-Fique tranquilo, estarei aqui.

Vou até Donna e coloco minha mão em sua cintura. Ela se vira ao meu toque.

-Boa noite. -Olho o homem, ele é bem apessoado, usa um terno de corte inglês.

-Boa noite, esse é seu namorado doutora? Prazer em conhecer.

-Boa noite, Rômulo.

-Fernando.

-Fernando, preciso mudar esse título. Então me desculpe, mas vou roubar-lhe a anfitriã.

-À vontade. -Ele diz e sorri para ela. -Depois conversamos Donna.

Ela sorri e me acompanha.

-Quem é esse entojado?

-É menos entojado do que a mulher que beijou meu namorado em meu escritório.

Fico quieto e sigo para a área da piscina. Ana clara já estava reunindo todos lá com taças de champagne a nossa espera.

-Gostaria de agradecer a presença de todos aqui esta noite. -Começo meu discurso e Donna está ao meu lado. -Como todos já sabem, voltou à nossa cidade uma grande filha dessa terra, essa mulher saiu daqui ainda guria, foi estudar na capital e tornou-se a juíza de nossa cidade. Com muito orgulho para todos nós. Retornou à família, aos amigos e aos meus braços. -Vejo Donna me olhar admirada. -Esta mulher que quando menina, estudamos juntos, fomos amigos e me apaixonei, aceitou-me como namorado o que me encheu de orgulho e hoje quero estreitar ainda mais nosso compromisso.

-Ela sorri e vejo minha mãe colocar a mão escondendo a boca aberta.

-Senhor Carlos, dona Alzira, por favor, gostaria de saber se vocês concedem a mão da menina que me apaixonei, a menina que cresceu junto comigo, que vi lutar na escola por respeito, que sabia exatamente o que era ser feliz. Seu Carlos, dona Alzira vocês me concedem a mão de Donna, sua filha em noivado?

DONNAOnde histórias criam vida. Descubra agora