Capítulo 35 -Eu mato esse Bosta!

295 27 5
                                    

DONNA

Osvaldo não nos deu uma data para mandar as informações sobre Fernando.

O negócio era começar a vasculhar cada canto de minha memória, cada detalhe, qualquer coisa que me desse alguma pista de onde começar.

Vi que Rômulo não está feliz com minha decisão de ir conversar com Fernando, e sendo sincera comigo mesma, nem eu!

Eu queria acreditar que nada do que está se mostrando fosse verdade. Eu e Fernando não tivemos um relacionamento tórrido, nem um relacionamento amoroso na realidade.

Convivemos durante toda a faculdade, quase todos os dias. Tenho carinho e admiração por ele. E provavelmente se Rômulo não tivesse meu coração, Fernando seria um grande homem a se pensar.

Entro no prédio do fórum e pego o elevador. Chego ao meu andar e ainda vejo Fernando vindo em minha direção, ele me olha e entra na sala dos processos.

Desde que conversamos na rua, depois do dia em que alguém furou dois dos pneus da minha caminhonete, Fernando me evitava.

Percebi na audiência de conciliação das terras que foram invadidas. Ele se deteve aos fatos, apresentou, olhou em meus olhos quando necessário foi e se fechou.

A partilha correta foi feita, mas logo depois Fernando sumiu como fumaça. Deixou seu cordial –"Boa tarde à todos. – Saiu da sala e não mais o vi.

Eu não gostava daquela situação e não sabia como resolver. Meu coração dizia que não era Fernando, que ele não estava envolvido em nada daquilo. Mas a realidade é que havia muitos fatos que o apontava.

E sobre meu coração... Ele já me enganou outras vezes.

Vou direto ao meu gabinete e puxo a pilha de papeis que tenho para revisar. Alguns estão um pouco atrasados, nem tanto pois não gosto de deixar acumular trabalho.

Na realidade tudo isso, todo esse mistério tem me tirado o sono. Mesmo com Rômulo, tento não deixar isso nos atingir, mas não é fácil.

Ultimamente ele não tem tido paciência, eu expliquei que não poderia simplesmente ir falar com Fernando, e ele queria saber o motivo, tentei explicar, mas se na realidade eu dissesse para ele tudo o que Fernando se declarou para mim, ele nunca aceitaria que eu fosse até a fazenda dele.

Olho os processos e nada me parece fazer sentido, minha cabeça só tinha um pensamento.

"Como vou fazer isto?"

Pego o telefone e chamo minha secretária.

-A senhor precisa de mim?

-Sim, Melissa chame do Dr. Fernando, preciso ter uma palavra com ele.

-Sim senhora. –Ela se vira e para. –Desculpe , posso levar os processos?

-Sim, obrigada!

Ela leva a pilha de papéis que estavam em cima de minha mesa e eu fico aguardando por sua volta.

Meu celular toca e vejo que é Ana.

-Oi.

-Oi, já tem alguma ideia?

-Eu mandei chamar Fernando agora.

-E então, depois que resolver me avise, vamos ter que achar uma forma de eu estar junto, se não Rômulo vai ficar furioso.

-Deixa comigo, vou ver como faço. –Termino de dizer e ouço batidas em minha porta. –Depois conversamos, estão batendo e acredito ser ele.

-Entre! –Digo alto logo que desligo o celular.

DONNAOnde histórias criam vida. Descubra agora