Capítulo 5 - Voltando...

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A estrada estava limpa, Cátia sempre foi de falar pouco, mas era o tempo que eu precisava para lhe colocar a par de algumas coisas. Não estava com vontade de ter alguém empatando o que eu desejava fazer, então era bom ela saber algumas de minhas intenções, precisava de uma aliada.

-Você tem certeza? -Ela me olha com dúvida. -É isso que quer para sua vida?

-Essa é minha vida! Sonhei come esse momento desde o maldito dia que disse tudo aquilo na cara dele.

-Sei que quer apoio, e terá meu apoio, mas se me permitir dizer... -Ela olha pela a janela, respira e continua. -O amor tem dois caminhos... ou você o vive, ou morre aos poucos com ele e se você mergulhar nesse caminho, talvez você morra junto com ele mesmo.

-Entendo Cátia, mas esse assunto já está perdido, não tem mais o que ser vivido.

-Estarei ao seu lado querida, no que precisar, como funcionária leal, aliada e amiga.

-Agradeço. Sabia que poderia contar com você.

Aumento o som da caminhonete, tenho uma F250, adoro carros grandes. Meu padrinho me deu de aniversário e na época nem me ocorreu de onde saiu o dinheiro para pagá-la, trocamos de assunto e planejamos o que seria feito quando chegássemos a Morro Alegre.

- Preciso me apresentar ao fórum, depois vamos encontrar meus pais.

-E onde eles moram?

-Na mesma fazendola que morei minha juventude toda. Mas eles vão acabar morando na fazendo do padrinho. Já providenciei a reforma, e a da nossa nova casa também.

-Não irá morar com eles?

-Cátia, para que eu possa completar tudo o que quero, preciso morar próximo ao centro, e sozinha.

Ela me lança um olhar dúvida.

-Sim, claro... você junto!

-Você está me dando medo, Donna!

Rimos, eu também tinha medo, mas não por ele e sim por mim. Precisava ser forte. E iria ser.

Entro na cidade e parece tranquila, não parece que o tempo passou...

Vejo a farmácia, o mercadinho. Logo a frente está a casa de Ana clara e depois a de Rômulo. Decido encostar pois vi que Ana está no portão, acredito que saindo.

Há alguns homens na calçada, perto da casa dos pais de Rômulo.

Quando paro vejo que alguns se viram e se cutucam, vendo a imponência da caminhonete, mas não fazem idéia de que sou eu quem a dirige, meus vidros tem insufilme o que bloqueia e visão de quem está olhando de fora.

Consigo identificar Pedro, Ricardo e Luiz entre os homens e isso me deixa incomodada.

-Tudo bem Donna? - Cátia pergunta com a mão em meu joelho.

-Sim... só não esperava me deparar com aquela três agora...

-Quem?

-Depois explico.

Resolvi descer. Estou com uma saia que vai até a altura dos joelhos preta, uma blusa de cetim frente única branca soltinha de com mangas três quartos. Salto alto preto, meus cabelos estão soltos e uso óculos de sol.

Assim que desço, Ana Clara abre um grande sorriso.

-Não acredito! Você! De férias?

Sorrio pois sei que esta realmente feliz.

-Acho que não desta vez. -Ela me abraça e da pulinhos, parece que o tempo não passou mesmo.

-Deixa eu dar uma olhada em você! Como esta linda!

DONNAOnde histórias criam vida. Descubra agora