Duras verdades

361 53 5
                                    

Porsche estava apreensivo.

Quando Tay entrou, ele respirou, mas mesmo assim, não relaxou. O que aconteceu com Tay, só ele mesmo pra explicar.

—Não existe amigo, né? Não existe porra de amigo nenhum!!

—Tay…

—Eu vim pensando enquanto meu pé ficou preso em um bueiro. Não existe amigo nenhum que trabalhe em uma agência de acompanhante de luxo. Não existe porque é você!! Você que é um prostituto filho da puta!!!—Tay vacilou, chutando o outro tênis no amigo.

Tay sentou no chão e chorou. Ele odiava mentiras. Mas odiava mais saber que seu amigo não confiava nele.

Porsche também chorava. As palavras haviam lhe magoado, mas omitir esse segredo de Tay doía mais ainda. Ele se sentou junto ao amigo.

—Eu estava precisando de dinheiro. Não queria te preocupar. Eu sabia que você daria um jeito de me emprestar, mas eu já estava te devendo. Não era justo te sacrificar assim — Porsche agora estava arrependido, mas já que Tay havia descoberto, o melhor era contar tudo de uma vez. Portanto, ele continuou —Era pra ser um lance de uma noite. Mas eu fui gostando. E a cada dia eu me envolvia mais na mentira. Você odeia mentiras. E quando eu fui ver, eu não conseguia falar que eu fazia sexo por dinheiro.

—Eu não ia te julgar. Eu me apaixonei por um garoto de programa. Você realmente acha que eu iria te julgar?

—Mas eu me julgava. Me julgo por gostar. Me desculpe te colocar nessa enrascada.

—Como você descobriu quem era Macau? Quando?

—Hoje. Eu tinha um compromisso com um cliente. Eu já tinha saído com ele outras vezes, mas hoje ele estava falando de alguém e eu escutei o nome de Macau. Nem demorou muito, ele me mostrou a foto da família e eu vi que realmente era ele — Porsche respirou fundo —Kinn é primo de Macau. E depois eu juntei as peças. Fui ao banheiro e pesquisei o restante da história até chegarmos aqui… —Achando coragem o suficiente para encarar Tay, Porsche queria contar tudo ao amigo— Tay era o projeto de um garoto mimado, passando o tempo desfrutando de carros, de viagens caras, mas isso não estavam mais fazendo efeito.

—Eu quero ficar sozinho. Eu preciso ficar só.

—Tay…

—Não me faça te odiar, Porsche. Eu te amo. Você é meu amigo, mas hoje eu não quero ver sua cara. E você pode ir se preparando para colocar sua bunda pra trabalhar, porque vai me pagar um sapato novo!

*******
Como que em um minuto você está no céu e no minuto seguinte está no inferno?

Macau estava desolado. Pete percebeu, mas não iria falar nada. Deixou para Macau a escolha para quando ele quisesse abrir seu coração.

No final, Macau voltou para a casa do irmão. Ele não aguentaria entrar no seu apartamento, e sentir o cheiro de Tay em todos os lugares. Ele tinha planejado um final de noite diferente, mas por sua causa, nada saiu como planejado; e ele também era burro.

—Posso entrar? —Ele nem esperou Pete chegar quando de repente o abraçou.

— Tay me deixou. E a culpa foi minha - Chorou no colo do cunhado. Era frustração demais para uma pessoa só.

Macau viveu a vida só. Ele sempre soube que esperava alguém. Sempre teve pesadelos que o deixava inquieto.

"  É sua outra metade", um dia alguém lhe disse.

E agora, ele acreditava. Quando Tay sorria, ele sentia que tudo se encaixava. O coração dele finalmente se acalmou. Mas agora tudo acabou.

Censurado Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora