RAIVA

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-Eu quero um emprego - Tay fala enquanto está terminando de lavar as louças da comida que Macau fez.
-Ser meu namorado é seu trabalho.
-Seria né. Mas aprendi com lady GaGa....sua carreira nunca vai te acordar e falar que não te quer mais.
-Nem vai fazer você gozar.
-Entre gozar e pagar minhas contas...prefiro a segunda.
-Nao te conheci assim não. Com essa boca nervosa. Acho que vou proibir suas saidinhas com Pete.
-Vou da a chance de você corrigir sua fala.
- É brincadeira Tay. Estou só brincando.
-Acho bom....veja que estou com uma faca na mão.
-Trabalhador e psicopata, do jeito que eu gosto.
Tay deixou o prato na pia e correu atrás do maluco.
Quando o agarrou derrubou no chão e subiu em cima dele.
Macau não se aguentava de rir.
Então era assim ser amado?
E isso inquietava o coração.

Ele não era um homem religioso.
Mas depois que conheceu Tay ele se pegou sendo.
Desde pequeno ele tem pesadelos. Nunca conseguia entender. Nunca tinha um rosto só a dor da partida.

Depois que conheceu Tay os pesadelos sumiram. As peças se encaixaram. Mas apenas uma vez. Uma única vez ele teve pesadelos e dessa vez a pessoa a quem ele chorava a perda tinha um rosto angelical e lindo. Era o rosto do seu amado.
-Se você me deixar eu morro. Dessa vez não vou sobreviver sem você.
-Dessa vez?
-Nem pense em me deixar.
-Esse Drama todo só porque vou procurar trabalho?
- É. Eu quero você aqui, sendo meu empreguete.
-Sonha.

*****

-Como estou?
-Maravilhosamente lindo. Tem certeza que não quer ficar aqui, assistir aqueles Gay cultivadores que você tanto gosta?
-Nao é gay cultivadores, são corta mangas. E você gosta também, até chorou na parte que ele morreu.
-Foi um cisco no meu olho.

-Sei... Me aguarde. Se tudo correr bem, a noite eu trago o jantar.
-Eu Te amo. Esses poucos dias ao seu lado foram um dos mais felizes da minha vida.
-Que isso? Vou embora não. Estou indo mas eu sempre volto.

Tay estava confiante. Ele iria passar nessa entrevista.

Macau ficou em casa mas não teve sossego.
Quando atendeu a porta, o pai entrou sem pedir licença.
-Vim vê pessoalmente a vergonha que vocês se tornaram.
-Vergonha por vergonha era só se olhar no espelho pai.
-Filho...fique do meu lado. Seu irmão enlouqueceu mas você ainda dá tempo de mudar.
-Pai, não vou trair meu irmão não trai antes e muito menos agora.

O pai entendeu. Olhou pra foto no porta retrato.
-E por causa do seu namorado? Tudo bem... Você pode ter dez dele Macau. É só um homem bonito.
- Você não entende né? Eu não quero me envolver nisso,nunca quis, e agora eu só quero ficar no meu canto. Meu lar. Não entre mais na minha casa pra fazer propostas sem fundamentos.

Da forma que ele entrou,ele saiu.
Mas levou a paz de Macau embora.
No carro, o mais velho analisava a situação.
Não ia permitir que o mais novo seguisse a passividade do Vegas.
Ele já sabia o que fazer. Estava faltando ódio em Macau. E ele já sabia como fazer a raiva surgir.

*******

Quando vi o nome aprovado ele sorriu.
Vida nova,emprego novo.
Passou na padaria e comprou o bolo mais lindo que já viu.
Ligou para o namorado.
-Estou chegando....com nosso jantar.
- E estou ansioso...
Tay nem terminou de escutar o que o outro dizia. Foi tudo tão rápido.
O carro vindo em sua direção. O celular,bolo escapando da sua mão e o impacto. Depois dor.


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