19: raiva.

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POV |Narradora|

Mais um dia se iniciou no internato, as meninas estão no café da manhã, S/n só encara as comidas, sentindo vontade nenhuma de comer qualquer que seja daquelas coisas.

— Você gosta de frutas vermelhas? – Sadie pergunta a garota do nada, S/n olha para ela e da de ombros. — Aqui. – A ruiva pega uma das panquecas e coloca no prato de S/n. — Daí colocamos um pouquinho de mel... Açúcar de confeiteiro, e as frutinhas. Experimenta.

— Sadie eu não tô com fome.

As meninas na mesa encaram as duas e a ruiva tenta disfarçar rindo e dando tapinhas no ombro de Pardo.

— Ai ai esse regime... Duvido que você vá engordar uns quilinhos só com isso, fica tranquila. – Sadie chega perto do ouvido de S/n e da um beliscão nela debaixo da mesa. — Come agora ou eu faço você engolir a força na frente de todo mundo.

S/n olha para a ruiva horrorizada e passa a comer.

Sadie sorri educadamente e ajeita o guardanapo sobre o colo, voltando a comer com classe.

Logo a primeira aula da início, dessa vez, com a professora Anne. A preferida de S/n.

— Então meninas, antes de começarmos o conteúdo, quero dar uma olhadinha no trabalho de vocês, pode ser? Vou chamar pela ordem alfabética e cada um traga por gentileza os trabalhos.

— Que trabalho? – S/n olha para a ruiva sentada a seu lado, totalmente desentendida.

Sadie sorri fraco e coça a nuca.

— Ela passou um trabalho na última aula amiga.

— Sobre o quê?? – Pardo franze o cenho.

— Embalsamento de corpos que não é né amiga. Poxa, você não tá prestando atenção em nenhuma aula?

S/n segura a respiração e leva os cotovelos acima da mesa, escondendo o rosto nas mãos. Em seguida ela passa a mão pelo rosto e suspira pesado, batucando os pés contra o chão e segurando a vontade de explodir.

— Toma. – Sadie deixa o trabalho impresso dela na mesa da amiga.

S/n olha para ela sem entender.

— Eu ainda não pus o meu nome. – A ruiva justifica o fato de estar dando o trabalho para a garota.

— Sadie, nem pensar.

— Relaxa.

— Não, relaxa nada. Eu não vou ganhar nota as suas custas!

— Você tem que ganhar nota de algum jeito S/n! Seu rendimento tá caindo demais, se perder os pontos disso aqui. – A ruiva segura as folhas. — Você reprova na unidade!

— Então eu reprovo na unidade! – S/n se levanta da cadeira cheia de um sentimento que tem se mostrado muito familiar a ela: raiva. — Porra, chega de sentir pena de mim, eu não preciso de caridade!

É só aí que a garota nota que todas as garotas da sala estavam a encarando, inclusive a professora.

S/n aperta os olhos com força e caminha rapidamente até a porta, saindo da sala completamente exausta e estressada.

𝘥𝘦𝘭𝘪𝘤𝘪𝘰𝘴𝘰 𝘱𝘦𝘤𝘢𝘥𝘰 - 𝘧𝘪𝘯𝘯 𝘸𝘰𝘭𝘧𝘩𝘢𝘳𝘥 + 𝘺𝘰𝘶.Onde histórias criam vida. Descubra agora