A filha da primavera, encontrou o filho da noite.
Cortes inimigas pelo passado conturbado terão de se encontrar novamente. Serão eles capazes de seguir em frente e deixar o passado para trás?
Início: 26/01/2033
Término: 10/03/2023
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MINHA CORTE PERMACIA COM A temperatura de sempre, enquanto algumas outras já estavam com um clima mais frio. Era uma pena, já que eu adorava o inverno. A última vez que toquei na neve foi há uns dez anos atrás, em uma das visitas que eu e minha mãe fazíamos à Corte Invernal.
Da minha varanda, eu podia observar – bem distante – no horizonte, as milhares de tendas que eram erguidas por soldados, perto da fronteira com as Terras Mortais.
Cada Grão-Senhor fortificou mais seus próprios litorais e enviaram mais tropas para ficarem aqui, perto da fronteira com os humanos.
Os Feéricos e Grão-Feéricos da minha Corte foram levados até os abrigos que foram feitos na Corte Outonal, já que Eris surpreendentemente se ofereceu para ajudar.
Desci as escadas e reparei que minha casa estava completamente enfeitada para o Solstício. Até mesmo os lustres. Havia uma escultura de gelo no formato de uma rosa. Eu não precisava nem perguntar para saber exatamente quem havia decorado a casa toda, ao invés de estar descansando.
— Feliz Solstício! — minha mãe exclamou da sala de estar. Ela usava um vestido de seda azul, confortável e simples, mas ao mesmo tempo lindo.
De todos que eu conhecia, minha mãe sempre foi a mais animada para o Solstício, afinal ela era originalmente da Corte Invernal e passou a maior parte da vida com os costumes de lá.
— Feliz Solstício! — eu disse à ela na mesma intensidade. A felicidade dela sempre foi muito contagiante.
Minha mãe se apressou até mim e me abraçou, ou tentou já que sua barriga dificultou um pouco.
— Você não deveria estar descansando? — perguntei enquanto nos desvencilhávamos.
— Engraçado. — ela pareceu ponderar — Seu pai me perguntou a mesma coisa e eu o mandei para o Inferno. — ergui minhas sobrancelhas — Mas não vou lhe dizer isso porquê você é o meu bebê. — ela disse apertando minhas bochechas, tão fortemente que chegou à doer um pouco.
