A vergonha da noite anterior me impediu de levantar cedo e malhar como normalmente fazia, então fiquei na cama, encarando o teto conforme a cantoria de Sabina na cozinha flutuava por debaixo da minha porta. Era sábado de waffle e eu conseguia sentir suas delícias caseiras preencherem meu quarto, provocando-me, mas não o suficiente para eu arrastar minha carcaça de vítima para fora da cama.
A noite anterior foi tão perfeita quanto a Atticus ser um brilhante parceiro de dança e uma alegria de estar junto. Ele era fofo, gentil e sabia uns passos muito bons. Não se importava de dançar, o que sempre me excitava, e conseguia sorrir de um jeito que me fazia derreter toda vez que sorria na minha direção.
Realmente pensei que tinha algo rolando entre nós, até minhas pernas se descontrolarem e acertarem diretamente sua virilha desavisada.Observei, com medo, Drew ajudar Atticus a se levantar do chão e o tirar do clube enquanto o pobrezinho se encolhia em posição fetal.
Descobri mais tarde naquela noite, por Heyoon, que Atticus vomitou de dor do lado de fora do clube e estava com muita vergonha e dor para voltar para dentro, e esse foi o fim do meu encontro.
Uma batida suave soou à porta conforme a voz baixa de Noah flutuou para dentro.— Sina, venha tomar café da manhã, amor.
— Não vou sair desta cama — gritei e cobri a cabeça com o travesseiro.
Noah entrou e sentou ao meu lado. Tirou meu travesseiro da cabeça e olhou para mim gentilmente. Ele estava sem camisa, como sempre nas manhãs de sábado, e usava uma calça de agasalho cinza fina cujo cós estava abaixado nos quadris. Seu cabelo estava bagunçado e de lado e tinha uma leve sombra de barba em sua mandíbula.
Era injusto ter um amigo tão gostoso.
— Não pode ficar aqui o dia todo. Venha tomar café com a gente, amor.— Não posso. Estou muito envergonhada para fazer qualquer coisa.
— Não foi tão ruim, Sina.
— Não foi tão ruim? — retruquei e me sentei, olhando nos olhos de Noah. — Noah, eu chutei as bolas do meu encontro, a ponto de ele vomitar quando saiu do clube de tão forte que foi o chute. Coloquei as bolas dele para dentro.
Rindo e sem se importar em ser discreto, Noah disse:
— Não se dê tanto crédito assim, você não chutou tão forte. — Tentando me consolar com gentileza, ele acariciou minhas costas enquanto eu me martirizava sobre a noite anterior.— Ele ficou verde!
— Essa é uma informação inválida. Não tinha como, naquela iluminação, você conseguir ver o rosto dele ficando verde, era praticamente impossível fazer essa avaliação. Temos que riscar essa declaração dos registros — ele brincou, tentando pegar leve com a situação.
— Eu te odeio por se divertir com isso.
— Não estou me divertindo. — Noah ficou mais gentil e segurou minha mão. — Só estou tentando te mostrar que não é o fim do mundo.
— É, sim! Eu realmente gostei dele, Noah. Senti que talvez pudéssemos ter algo.
— Vocês ainda podem — ele tentou me encorajar.
— Noah, tenho quase certeza de que destruí essa opção no minuto em que meu pé acertou o saco dele.
— Nunca se sabe, ele pode ter gostado…
— Tem alguma coisa errada com você — eu disse, tirando os cobertores de cima de mim e colocando meu chinelo, seguindo para a cozinha, onde Sabina estava perambulando.
Pepe estava sentado ao balcão e observava Sabina com olhos sonhadores. Eles se casariam em algum momento da vida, era óbvio, pelo jeito que ele a admirava. Se ao menos eu tivesse alguém igual a Pepe, sem esse nome horroroso, claro.
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Escritora de Romance e... Virgem | 𝙉𝙤𝙖𝙧𝙩
HumorAlerta: "escritora de romance e... Virgem" é uma comédia que vai te fazer gargalhar como uma hiena em público. Leia no conforto da sua casa. Se você é viciado em cliffhangers, sentir o coração saindo pela boca e como se uma escavadeira tivesse acaba...