Cap 10 - O Bichano

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— Já sabe aonde vai? — Noah perguntou no telefone.

— Não, Noah, não sei e estou ocupada agora. Se eu quiser ter alguma chance de ir ao encontro hoje, preciso terminar este artigo.

— Sobre o que é? — ele perguntou casualmente, como se eu não tivesse acabado de falar que estava com prazo curto.

Suspirando de um jeito frustrado, respondi:
— É sobre segredos que seus gatos querem que você saiba.

Noah riu um pouco. Não poderia culpá-lo, ler sobre a mente de um gato e tentar escrever um artigo respeitável sobre isso era quase impossível.

— Me conte um segredo.

— Bom, gatos não nos veem como espécies diferentes; eles nos veem como gatos maiores e inúteis.

— Como se gatos não fossem inúteis. — Noah deu risada.

— Claro que pensam que são superiores e consideram nós, humanos, inadequados quando se trata de nossas habilidades felinas. Por isso nos lambem com a língua áspera deles.

— Deus, adoro seu trabalho — Noah disse, divertindo-se.

Alguém falou com ele ao fundo, algo que não entendi, porém sabia o que viria em seguida.
— Preciso ir, amor. Me prometa que vai me contar aonde vai.

— Vou, agora faça seu trabalho. Tenho um pouco de pelo de gato para juntar e trançar em um tapete por aqui.
Nos despedimos e desligamos. Falar com Noah pelo telefone durante o trabalho sempre ajudava a me reenergizar, principalmente quando sentia um bloqueio de escritor chegando.
Para o artigo que estava escrevendo, precisava inserir quinze segredos e, no momento, eu só tinha dez. Tinha duas horas para escrever mais cinco antes de ter que sair para meu encontro. Iria trabalhar até tarde, mas, contanto que terminasse tudo antes do encontro, não importava.
Estava curiosa do motivo de Alejandro ainda não ter falado nada, o que me fez pensar se ele tinha outro encontro. Lance não tinha falado mais nada, o que me aterrorizava porque ele disse que me ligaria, no entanto, Noah me disse que ele estava fazendo o que todo cara faz e esperando uns dois dias para me contatar. De acordo com Noah, ele estava levando devagar. Eu preferia que Lance não levasse devagar, já que minha calça rasgou bem diante dele.
Porque eu estava bem nervosa pelo encontro poder ser cancelado, resolvi verificar meu perfil no site para ver se ele me deixou mensagem. Na noite anterior, passei boa parte do tempo excluindo todos os esquisitões que me mandaram mensagem, com Noah olhando por cima do meu ombro cada passo meu, naturalmente. Sua justificativa era que foi ele que me envolveu no site, então queria se certificar de que eu escolhesse homens respeitáveis para me levar para sair. Teve um cara que chamou minha atenção, seu nome era Greg e foi bem fofo quando me mandou mensagem. Falou sobre seu cachorro e como adorava levá-lo para passear no parque do outro lado da rua. Noah pensou que o cara era um “mala”, como ele mesmo disse, mas eu o achei fofo, então, secretamente, respondi sua mensagem depois.
Se eu me sentia meio meretriz por falar com vários homens? Só um pouco, mas disse a mim mesma que estava mantendo as possibilidades abertas. Era melhor ter opções e ser sincera, porque eu não tinha compromisso com nenhum deles e não iria dormir com todos. Só tinha beijado um e chutado outro na virilha, o que mal chamaria de “ficar”. Estava mais para diminuir a população masculina com um chute na virilha de cada vez.
Abri meu perfil e vi quatro mensagens na caixa de entrada. Como uma adolescente, abri a caixa e vi uma de Alejandro, uma de Greg e outras duas de dois novos caras. Uma estava em uma língua totalmente diferente, então a apaguei, e a outra era de um cara chamado Kyle. O assunto era como “Ei, Baby Boo”.
Bufei e abri a mensagem. Demorou um segundo para o computador baixá-la, mas, quando o fez, o pau enorme de Kyle apareceu na tela com um laço amarrado na base. Havia uma mensagem anexa.

Escritora de Romance e... Virgem | 𝙉𝙤𝙖𝙧𝙩Onde histórias criam vida. Descubra agora