Consegui evitar meus amigos a noite toda anterior, mas, agora que era domingo de manhã e eles estavam começando a sair dos quartos ao acordar, era impossível evitar. Noah estava usando só calça xadrez de pijama. Seu cabelo estava lambido para o lado por causa do travesseiro, criando um efeito bem hilário. Sabina saiu do quarto usando uma camisetona e chinelo cor-de-rosa.
Juntos, eles andaram tipo zumbis direto para a cafeteira, onde havia café fresco esperando-os. Eu era bem legal mesmo.
Eu estava sentada em um dos banquinhos da cozinha, observando-os enquanto bebia meu café. Esperei a cafeína tocar seus lábios a fim de ver se acordariam e perceberiam que eu estava na cozinha, aguardando as perguntas.
Como sempre, Noah foi o primeiro a acordar, já que Sabina sempre demorava mais. Ele esfregou a lateral da cabeça e me deu um sorriso preguiçoso.— Bom dia, amor. Como foi o encontro? Tentei te perguntar ontem à noite, mas você já estava dormindo. Espero que tenha corrido tudo bem.
Dei de ombros e sorri por cima da minha caneca de café.
Noah congelou, com a caneca no meio do caminho da boca, e disse:
— Perdeu a virgindade?— Não! Sério, Noah? No primeiro encontro? — Dei risada da expressão dele.
O alívio brilhou em seus olhos conforme ele se sentou ao meu lado.
— Pelo seu olhar, não pode me culpar por perguntar. Então o que aconteceu?
— Ele me beijou — eu disse com um grande sorriso, ainda lembrando como foi ser abraçada por Lance, ter seus lábios nos meus, pedindo mais.
— Ele beijou sua boceta? — Sabina perguntou de onde estava debruçada no balcão.
A voz dela soava como uma fumante de setenta anos. Ela tinha a voz matinal mais maravilhosa do mundo.
Às vezes, quando estávamos todos bêbados, Noah e eu tentávamos imitar, mas Pepe era o único que chegava perto de faz jus à personificação.
— Não, por que está perguntando?— Só curiosidade. Não sabia se havia mais detalhes suculentos do que apenas um beijo.
— Não foi apenas um beijo — respondi. — Ele foi doce e suave…
— Não fale suave. — Sabina ergueu a mão. — Deus, odeio essa palavra.
E úmido. Quando estiver escrevendo, por favor, me garanta que nunca vai escrever mãos macias percorreram meus lábios femininos úmidos. Nossa, tenho ânsia só de pensar.— Ceeertooo — arrastei a palavra. — Úmido e suave estão banidos do meu vocabulário. Noah, também quer que eu retire alguma palavra?
— Pica, essa palavra é desagradável.
— Por que eu usaria essa palavra?
— Nunca se sabe, você é imprevisível.
Isso era verdade, principalmente já que eu era tão facilmente influenciada pelos livros que lia. Pelo amor de Deus, antes da minha conversa com Noah, eu estava pensando quais outras coisas poderiam ser enfiadas na bunda de uma mulher.
— Então o que mais aconteceu? — Sabina perguntou, voltando o assunto para o encontro.
Fiz uma careta ao colocar a caneca no balcão.
— A noite estava indo fantástica…— Estava indo? Ahh, o que aconteceu? — Noah interrompeu.
— Deixe-a contar a história — Sabina disse ao bater no ombro dele e se sentar no balcão ao meu lado, ajeitando-se para ouvir a história.
— A noite estava indo fantástica — repeti. — Jogo boliche terrivelmente, ele era ótimo, claro.
Noah revirou os olhos.
— Tivemos uma boa conversa no bar por um tempo, falando sobre viajar e aonde gostaríamos de ir.
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Escritora de Romance e... Virgem | 𝙉𝙤𝙖𝙧𝙩
HumorAlerta: "escritora de romance e... Virgem" é uma comédia que vai te fazer gargalhar como uma hiena em público. Leia no conforto da sua casa. Se você é viciado em cliffhangers, sentir o coração saindo pela boca e como se uma escavadeira tivesse acaba...