Cap 17 - A minhoca com pescoço quebrado

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Bati à porta de Lance e o esperei pacientemente abri-la. Sei que falou que poderíamos pedir comida, mas resolvi levar cookies. Pensei que talvez o açúcar faria seu pulso se sentir melhor, pelo menos, era isso que me ajudava quando me machucava quando era mais jovem. Montes e montes de açúcar.
Lance abriu a porta e sorriu para mim. Ele estava usando jeans gasto e uma camiseta verde-escura; parecia bem casual, mas gostoso, com o cabelo arrumado e óculos de armação grossa.

— Ei, Sina.

— Oi, Lance, como está o braço? — perguntei, apontando para seu gesso, que era de um laranja neon fantástico.

— Está melhor, agora que você chegou.

— Humm, clichê, mas legal — zombei. — Escolha maravilhosa de cor, aliás. Não sabia que permitiam que adultos escolhessem cores assim.

— Precisei chupar o dedo e choramingar como uma criança de dois anos para conseguir, mas, ah, agora eu pareço descolado.

— Aw, não perdeu nenhum amor-próprio.

— Nunca. — Ele deu risada. — Entre.
Seu apartamento era bonito, pequeno como qualquer outro em Nova York, mas bonito mesmo assim. Uma lateral inteira era de tijolinhos aparentes com prateleiras de metal saindo deles, expondo câmeras antigas. O resto do apartamento era elegante, moderno e receptivo. Definitivamente ele sabia como decorar, dada a paleta de cores da casa, além dos enfeites e das fotos emolduradas em preto e branco bem colocadas.

— Uau, adorei sua casa — admiti enquanto olhava para uma foto em preto e branco da ponte do Brooklyn.
— Esta é extraordinária, você que tirou?

— Foi — ele disse, vindo atrás de mim. Seus braços envolveram minha cintura e me viraram.
Quando encontrei seus olhos, tudo que consegui ver foi desejo, conforme sua cabeça mergulhou para a minha e suas mãos seguraram meu rosto. De leve, ele mordiscou meus lábios até eu responder, aprofundando suas mordidas em um beijo que nos fez ficar ofegantes quando ele se afastou.

— Deus, por que esperei tanto para fazer isso? — ele perguntou, lambendo os lábios, como se estivesse sentindo meu gosto de novo.

Virginia era uma campista feliz.
— Pedi uns sanduíches frios, tudo bem? — ele anunciou ao me levar para a sala com a mão pressionada em minha lombar.

— Está bom para mim. Trouxe cookies para você.
Ele me agradeceu e os colocou no balcão da cozinha, olhando-os com cautela, como se quisesse um logo.
Deixei-o encarando os cookies, sentei no sofá quando ele também sentou, e me virei para ele.

— Então, me conte como machucou o pulso. Estou aqui, quero os detalhes.

Ele deu a mão para mim e disse:
— Mas não pode ir embora assim que te contar.

— Não posso prometer nada. — Dei de ombros.

— Então não vou te contar.

— Então acho que vou indo — comecei a levantar, mas ele me puxou de volta para baixo, desta vez ficando bem mais próximo. Segurou minhas pernas e as colocou por cima das dele, então eu estava praticamente sentada em seu colo. — Você não vai a lugar nenhum, agora que está aqui comigo.

Aquele sorriso malicioso estava fazendo Virginia unir suas camadas em forma de oração. O encontro já estava bem melhor do que o primeiro, porque eu tinha Lance só para mim. Gostava de estar só com ele, e não com um grupo de amigos.

— Certo, me conte o que aconteceu e então posso te julgar depois, tudo bem?

— Acho que vou ter que aceitar isso.

— Desembucha — disse, ficando mais confortável.

Brincando com seu cabelo, ele olhou para longe e começou a contar.
— Eu estava fazendo fotos para uns produtos idiotas de maquiagem. É o pior tipo de fotos porque você precisa colocar tudo do jeito apropriado e tirar fotos de produtos imóveis. As fotos pagam bem, mas são chatas pra caramba.
Então, para dar uma animada, coloco música para eu e a outra pessoa da revista cantarmos junto. Estava com uma companhia de vinte anos…

Escritora de Romance e... Virgem | 𝙉𝙤𝙖𝙧𝙩Onde histórias criam vida. Descubra agora